terça-feira, 8 de abril de 2014

ATÉ QUE PONTO PESQUISAS POPULARES REFLETEM NOSSA SOCIEDADE?




Depois de divulgar que 65,1% dos entrevistados acham que roupa justifica ataques as mulheres, O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) admitiu que houve um erro na divulgação de um gráfico e que apenas 26% dos entrevistados concordam, total ou parcialmente que com a afirmação “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas” e 70% discordam totalmente. O erro ocorreu porque houve uma confusão com a questão que pergunta se os entrevistados concordavam com a afirmação “mulher que é agredida e  continua com o parceiro gosta de apanhar”. (FOLHA, 2014)

A imprensa enfatizou a diminuição do percentual, mas o que realmente é importante não foi discutido. Como um instituto de pesquisa pode divulgar resultados sobre um tema tão relevante sem se preocupar com a metodologia científica. È claro que a fase de conclusão e divulgação dos dados inclui uma revisão minuciosa dos resultados, dos gráficos e das estatísticas e um centro dessa importância não cometeria um erro tão primário.

A divulgação de um erro dessa magnitude não nos dá o direito de afirmar que nossas pesquisas não são confiáveis ou que houve algum tipo de articulação política ou manipulação, mas nos permite fazer uma série de questionamento: Até que ponto podemos confiar nesse resultado? Será que o resultado foi realmente trocado ou houve uma manipulação em função das campanhas nas redes sociais? Será que a troca de resultados foi usada para retirar o foco da sociedade de uma discussão política importante?,E até que ponto as pesquisas de opinião refletem a realidade? As respostas eu não sei e não posso supor.

A única coisa que posso afirmar é que o erro do Ipea pode ter consequências muito negativas para o Brasil no tocante a produção de pesquisa. Além disso, a redução de 65% para 26%, não é algo positivo porque somos um estado laico de governo democrático, características de um país mais desenvolvido e menos preconceituoso, mesmo assim a pesquisa revelou que mias de ¼ dos entrevistados revelaram um posicionamento machista.
Espero que o Ipea tenha realmente se enganado e que nossa sociedade aproveite o acontecimento para discutir e exigir políticas públicas que assegurem os direitos das mulheres.

Por: L. Gonçalo.
REFERÊNCIAS:


FOLHA. Ipea erra e 26%, e não 65%, acham que roupa justifica ataque. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/04/1435877-pesquisa-que-indica-apoio-a-ataques-a-mulheres-esta-errada-diz-ipea-so-26-concordam.shtml . Publicado em: 04/04/14. Acesso em: 05/04/14. 

Foto: Google Imagens

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