COLUNA DO MÊS





SABEDORIA: UMA VIRTUDE QUE INDEPENDE DE FORMAÇÃO

Coluna do Mês de Junho



Vendo como alguns amigos se preocupam em tratar seu filhos como “príncipes e “princesas” lembrei de um casal agricultores que moram na cidade de Remígio-Pb,  que criaram suas duas filhas com menos de um salário mínimo e mesmo com toda dificuldade social e econômica enfrentada tem uma filha  fazendo graduação e a outra fazendo doutorado numa universidade federal.

Difícil ver dois agricultores, que não tiveram a oportunidade de estudar, criarem suas filhas apenas estudando e sem trabalhar na roça ou em casa de família numa cidade do semi-árido onde filho de pobre começa a trabalhar ainda na infância e deixa de estudar. Mas para o Sr. Domingos e sua esposa, D. Maria, essa sina não aconteceria com suas filhas porque eles iriam  trabalhar arduamente para dar-lhes o direito de escolher uma profissão e uma vida menos sofrida que a deles. Para isso, eles trabalharam colheita após colheita, vendendo seus bichos (galinhas e porcos) quando a situação apertava para garantir o material escolar e os itens essenciais a formação de Cristina e Vitória. O resultado dessa luta foram duas meninas muito educadas, éticas e batalhadoras que conseguiram chegar a universidade federal, mesmo estudando em escola pública, e que ultrapassaram os anseios de seus pais sonhadores, porque Cristina já se formou, se pós-graduou e hoje é doutoranda na Universidade Federal da Paraíba.

Depois de uma história como essa, como explicar o posicionamento dos país de hoje, que se preocupam em dar tudo que os filhos querem, e o posicionamento de pais como Sr. Domingos e Maria, que se preocupam em dar tudo aquilo que seus filhos precisam para se tornar pessoas éticas e independentes? Como pessoas simples, que tiveram pouca educação formal, conseguem perceber a importância da formação do ser e pessoas que estudaram só enxergam a superficialidade do ter? É uma questão para anos de análise, mas que pode começar a ser discutida a partir de uma frase: “a sabedoria é uma aptidão que independe da formação, mas que está diretamente ligada ao caráter”.

Nesses tempos de filhos que viram príncipes, mesmo sem ser da realeza, que ganham, sem o menor esforço, tudo aquilo que a televisão diz que eles precisam ter e que em vez de aniversários anuais tem “mesversários”..., enfim, nesses tempos que crianças interrompem os adultos sem serem recriminados e mandam em seus pais, exemplos como o de Sr. Domingos e Maria devem ser divulgados na esperança de despertar uma fagulha de prudência para acender a chama da responsabilidade dos país de hoje para com as gerações futuras. Como se diz no Facebook, fica a dica!


Por: L. Gonçalo.                                                                            Foto: Vitória Lima
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Coluna do Mês de Abril



BRASIL, PAÍS QUE ABRE OS BRAÇOS PARA OS ESTRANGEIROS E FECHA AS PORTAS PARA OS BRASILEIROS


A indústria automobilística brasileira está em crise. Os carros estacionados nos pátios das montadoras chegaram a juntar poeira e as concessionárias estão vazias. Para o Governo Dilma essa é uma situação realmente crítica por isso a cúpula nacional está reunida para lançar mais pacote econômico de incentivo ao setor automobilístico.

O pacote ainda não foi definido, mas tem como objetivo financiar as exportações para a Argentina e criar um programa de crédito para aumentar a venda interna do veículos. O pequeno detalhe dessa situação é que a Argentina (principal importadora de automóveis do Brasil) está enfrentando uma crise econômica e política imensa, além disso, a Argentina já declarou concordata (falência) duas vezes no último século. Se as importadoras não conseguirem driblar a crise interna e honrar seus compromissos com o Brasil  quem vai pagar a conta é o povo brasileiro através do Tesouro Nacional e do Banco Central.

É isso mesmo, o governo brasileiro quer financiar a venda de carros para argentinos e do mesmo jeito que a definição do  valor de uma carro no Brasil tem como referência “quanto as concessionárias acham que o brasileiro aguenta pagar”, o governo brasileiro utiliza o dinheiro público sem se preocupar se o brasileiro pode e quer pagar por tais serviços.

Só para exemplificar a questão veja as disparidades do preço de um carro de médio padrão fabricado no Brasil, aqui um carro desse custa 56.200 reais, se retirássemos os impostos e taxa de lucro das concessionários o mesmo carro sairia por 34.144 reais enquanto o mesmo carro no México é vendido por 25.800 reais. Um carro sedan popular custa 37.636 reais no Brasil, 21.658 reais na Argentina e 15.450 reais nos Estados Unidos. Como se vê a cobrança de impostos não interfere tanto no preço, mas se o povo paga sem reclamar, o preço salgado fica e é assim que a coisa funciona nas diversas áreas da gestão política e financeira de nosso país. (VILELA, 2014)

Nosso governo está preocupado em colocar toalhas quentes em determinados setores da economia, em criar pacotes emergenciais, em justificar a impossibilidade de cumprir com os deveres (saúde, educação, segurança e etc) do estado, em usar os programas sociais para manipular as pessoas, em aumentar os impostos da classe média, em privilegiar a classe mais rica e em usar dinheiro público para fazer o que bem entender como financiar concessionárias argentinas, financiar estádios privados para Copa do Mundo, ou fazer investimentos superfaturados e depois dizer que não sabia.

Se o Brasil pode financiar carros para os argentinos, então por que um brasileiro tem tanta dificuldade de financiar sua casa própria? Isso é tão incoerente não é? Como cidadã brasileira, pagadora de impostos  e sem dívidas não entendo por que a Caixa Econômica Federal exige tantos requisitos para financiamento habitacional da classe média e ainda quer que sejamos correntistas. É isso mesmo, se você é brasileiro, tem o dinheiro exigido para entrada do seu financiamento, tem condições de arcar com as prestações, tem toda documentação em dia, mas não tem conta na Caixa pode ter seu financiamento paralisado por alegação de mau relacionamento com o banco. Que raio de país é esse que usa o dinheiro público para financiar empresas estrangeiras e que nega financiamento a um cidadão idôneo que não tem nenhum débito com nenhum banco?Já sei é o Brasil!


Por: L. Gonçalo

REFERÊNCIAS:

VILELA, Eloisa. Jornal da Record. Disponível em: https://www.facebook.com/photo.php?v=727323167289414&set=vb.100000352125717&type=2&theater . Acesso em: 29/04/14.

Foto: www.blogambientalismo.com
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Coluna do Mês de Março de 2014.





MULHER: A CHAVE PARA O FUTURO

A mulher é a geradora da vida, a responsável pela alimentação e educação das futuras gerações. Apesar de sua importância fundamental, a mulher vem trilhando um caminho de superação muito longo onde vitórias foram alcançadas, mas ainda existem muitos desafios pela frente. A mulher já conquistou o direito de estudar, de trabalhar, de votar, de ser votada, de dirigir, de fazer coisas “masculinas”, de gerir empresas, países e muitas outras coisas, mas essas conquistas ainda não são uma realidade mundial. Existem muitos países que não permitem sequer a educação das mulheres e onde o direito de ir e vir é um privilégio apenas dos homens. Mas mesmo em países assim existem mulheres que  se destacam. Para fechar o mês das mulheres decidi falar sobre uma indiana que se tornou uma física, ecofeminista e ativista ambiental reconhecida globalmente e cuja luta representa em sua essência a alma da mulher. 

Nascida em 5 de novembro de 1952, Vandana Shiva apareceu para o mundo, na década de 1970, com o Movimento das Mulheres de Chipko, que usava a tática de se amarrar às árvores para impedir sua derrubada e o despejo de lixo atômico na região. Ela também foi uma das líderes do International Forum on Globalization, ganhou o Right Livelihood Award (versão alternativa do Nobel da Paz) em 1993, é autora dos livros: The Violence of the Green Revolution (1992), Stolen Harvest: The Hijacking of the Global Food Supply (2000), Biopirataria: a pilhagem da natureza e do conhecimento (2001), Protect or Plunder? Understanding Intellectual Property Rights (2002), Monoculturas da mente (Global, 2004) e Guerras por água (2006). Atualmente é diretora da Research Foundation for Science, Technology, and Ecology ( Fundação de Pesquisa pela Ciência, Tecnologia e Ecologia) em Nova Déli e consultora para questões ambientais da Third World Network. Uma cientista de vasto conhecimento que enfrentou as limitações religiosas e culturais de seu país de origem para colocar a pesquisa a serviço dos movimentos populares e rurais. Atualmente ela está lutando pela preservação das florestas da Índia, em favor das sementes como patrimônio da humanidade e por programas sobre biodiversidade dirigidos a diferentes coletividades. (WIKIPEDIA, 2014)

A Organização das Nações Unidas (ONU) defende que as mulheres necessitam ser incentivadas e empoderadas porque elas são as protetoras das sementes, as harmonizadoras da sociedade e as gestoras da vida. Em todos os países destruídos pela guerra a retomada da produtividade e da reestruturação só foi possível graças a inclusão das mulheres nos processos produtivos e sociais.Por isso, depois de um mês de discussão das causas femininas cabe a todas lembrarmos que a opressão, assim como a proibição é deve ser o combustível para a mudança e a libertação e esse processo depende unicamente d as mulheres, que são formadoras das futuras gerações. Depende das escolhas e dos posicionamentos delas. Significa dizer que para combater a violência doméstica é preciso combater a educação sexista (coisas de meninas e coisas de meninos). Para combater a exploração sexual é preciso ensinar a importância das relações humanas. Para conquistar o mercado de trabalho é preciso reconhecimento e aceitação de nossas capacidades. Foi assim que uma das principais físicas da Índia ultrapassou as fronteiras da academia para se dedicar integralmente ao ativismo político, às causas feministas e à defesa do meio ambiente. E é assim que que as mulheres estão enfrentando a opressão e  semeando conquistas e esperanças pelo mundo.

Desejo a todas as mulheres do planeta o desejo insaciável de transpor suas limitações e fazer diferença onde estiverem, seja na sua casa e na sua família ou na sua comunidade.

Por: L. Gonçalo.
REFERÊNCIAS:

WIKIPÉDIA. Vandana Shiva. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vandana_Shiva . Acesso em: 30/03/14.


Foto: Wikipédia.
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Coluna do mês de fevereiro de 2014.

O CARNAVAL PODE E PRECISA ESTIMULAR A SUSTETABILIDADE


O Carnaval é uma festa popular que para o país e que movimenta um mercado gigantesco. Há muito tempo o Carnaval Carioca deixou de ser uma festa popular e se transformou numa indústria cultural que cresce e se aperfeiçoa a cada ano. São nove meses de criação e preparação para um espetáculo multisensorial de pouco mais de uma hora. Mas com orçamentos astronômicos e fantasias de mais de 50 mil reais cabe a pergunta: qual o destino final das fantasias e adereços? Qual o real impacto do carnaval para o meio ambiente? 

Parte do material é doado para agremiações mais pobres e é reaproveitado no ano seguinte. Mas quanto material é realmente aproveitado? Qual o volume de lixo gerado pelo carnaval? E quanto material é destinado a reciclagem? Esse questionamento parece perseguição de ambientalista, mas com o avanço tecnológico e a descoberta de novos materiais é inaceitável que as escolas de samba não tenham projetos de reciclagem e de redução de materiais de origem animal como plumas e penas. 

Muitos podem dizer que isso prejudicaria as alegorias. Então como podemos explicar a vitória da Império de Casa Verde em 2005 com um enredo sobre reciclagem cujas fantasias e alegorias foram confeccionadas com garrafa PET, sacolas plásticas, papelão e vários materiais recicláveis? Se não fosse possível a referida escola não repetiria o desafio neste ano com o enredo “Sustentabilidade, construindo um novo mundo”. Não estou condenando o carnaval como  atividade altamente impactante que deve ser punida ou proibida, mas estou atentando para o alcance dessa festividade na promoção de novos conceitos e  hábitos que podem contribuir substancialmente para a sustentabilidade. 

Um bom exemplo está sendo dado pela atriz Cristiane Torloni (ativista ambiental que encabeçou a coleta e encaminhamento de mais de um milhão de assinaturas ao Congresso Nacional pela preservação da Amazônia e que defende o fim da violência contra a mulher) que será Rainha de Bateria da Grande Rio e optou por um figurino inspirado na alta costura sem penas e com muitas aplicações de cristais e acrílicos. (EGO, 2014) O posicionamento de Torloni desperta a discussão do uso de materiais de origem animal num universo que dispõe de tecnologia para produzir novas matérias primas e que pode semear novas ideias e posturas. 

É possível transformar esse período de diversão e de "permissão para assumir comportamentos irresponsáveis e inconsequentes" em algo mais proveitoso. A prova disso é o enredo da Império de Casa Verde que  levará o efeito estufa, a poluição, o desperdício, as queimadas, a devastação das matas nativas e as alternativas sustentáveis  para a Avenida fazendo do carnaval um canal de divulgação de conhecimentos e novas posturas. (JATOBÁ, 2014)

O carnaval deve seguir como festividade, mas precisa ser utilizado de uma forma mais produtiva e menos impactante para o meio ambiente e para a sociedade porque quatro dias de folia não deveriam ser recorde em acidentes de trânsito, em assaltos, brigas e em atendimentos por embriaguez. É preciso entender que a diversão não exclui a responsabilidade.  

Por: L. Gonçalo.

REFERÊNCIAS:

JATOBÁ, Universo. Carnaval 2014: sustentabilidade chega à avenida. Disponível em: http://www.universojatoba.com.br/carnaval-2014-sustentabilidade-chega-a-avenida/ . Postado em: 19/02/14. Acesso em: 28/02/14.
 
EGO. Estilista de Torloni conta que fantasia de 80 mil não terá penas. Disponível em:  http://ego.globo.com/carnaval/2014/noticia/2014/02/estilista-de-torloni-conta-que-fantasia-de-r-80-mil-da-atriz-nao-tera-penas.html . Acesso em: 208/02/14.

Foto: www.benitabrasil.com

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Coluna do mês de janeiro de 2014.




Janeiro está acabando e o ano de 2014 começa com grandes desafios para os brasileiros. Nesse ano realizaremos a Copa do Mundo e logo em seguida entrará em vigor a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? A primeira vista basicamente nada, mas na prática a interação é imensa.

A realização da Copa do Mundo requer investimentos em infraestrutura, economia, política social, segurança e turismo superiores aos praticados nos dias atuais. Todas essas áreas se relacionam em algum ponto com a coleta e destinação de resíduos sólidos, a começar pela construção, reforma e ampliação dos estádios que gera grande volume de entulho em todas as etapas do projeto. Outro exemplo é o turismo, cuja estrutura de divulgação (folders, panfletos, anúncios, brindes e embalagens) e consumo gera um volume de descarte de materiais superior ao já existente. Todas as áreas representarão um crescimento expressivo na coleta e destinação de resíduos sólidos e as cidades participantes da Copa estão se preparando para isso, mas não podemos dizer o mesmo das demais cidades da federação.

Passei o ano de 2013 acompanhando os investimentos em projetos ambientais, principalmente resíduos sólidos, feitos pelos municípios nordestinos e o que existe é um cenário de especulações e anúncios de projetos que nem estão no papel. Vi cidades que não tem projetos de educação ambiental, coleta seletiva ou estações de triagem de resíduos anunciarem consórcios intermunicipais para construção de aterros sanitários. Esse tipo de postura é comum entre pequenos municípios, mas não exclui o devido planejamento que um aterro requer. Vi ações que realmente me preocuparam porque uma cidade que não tem nenhum projeto de sustentabilidade local não deveria se candidatar  a sede de um aterro sanitário intermunicipal e muitos menos justificar sua candidatura com a geração de renda e destinação adequada dos resíduos da cidade...Também vi prefeituras se anteciparem de forma imprudente criando aberrações como a construção de um aterro com validade de oito meses e o anúncio de  três novos aterros com capacidade de quatro anos de funcionamento. Que loucura é essa? Aterro sanitário é uma alternativa interessante mas também é impactante, por isso é imprescindível a escolha de um local que possibilite o máximo de atividade com o mínimo de impacto socioeconômico local, ou seja, um aterro deve ter pelo menos 20 anos de funcionamento (capacidade de aterramento). Se uma cidade como Sumaré (SP),que tem fácil acesso a empresas habilitadas ao planejamento e construção de um aterro sanitário, produziu tal absurdo imaginem as cidades do interior do Brasil. 

Essas cidades não conseguiram implantar ações simples como a criação de postos de coleta de lixo tóxico, a contratação de empresas especializadas em reciclagem de lixo eletrônico, a separação do lixo seco do úmido e o apoio a cooperativas de catadores e, agora, terão que se adequar a um conjunto complexo de normas que necessitam de projetos paralelos e complementares. Na verdade o que as prefeituras fizeram foi basicamente figuração porque esperam o adiamento da nova política. 

É importante frisar que a PNRS é o grande avanço de um país que precisa aprender a gerir seus resíduos de maneira mais eficiente e cumprir com os compromissos firmados nos fóruns e conferências mundiais. Adiar sua implantação seria o mesmo que assinar um tratado de incompetência. Por isso, caro leitor, pergunto como essas prefeituras que sequer destinaram verbas para o desenvolvimento de projetos ambientais nos seus  Planos Plurianuais poderão gerir o milionário orçamento federal destinado aos aterros sanitários e propor consórcios intermunicipais? Talvez da mesma forma que o governo federal conseguiu trocar um terço da verba para os investimento  na Copa por quase 100% dos investimentos. Será que o povo brasileiro também pagará pela farra dos aterros sanitários? Ou será que os gestores cumprirão a lei a risca e farão o que é necessário e justo? Conhecendo nosso repertório de gastos públicos é pouco provável que isso aconteça. Para mim só uma palavra pode classificar esse cenário, CATÁSTROFE!

Por: L. Gonçalo.

Foto:www.noticias.br.msn.com


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Coluna do dia 22 de dezembro de 2013.




NATAL NÃO É MAIS TEMPO DE FESTAS



Final de ano chegou e a principal preocupação dos brasileiros são as compras e festas. Parece normal não fosse essa tradição uma cultura capitalista enraizada. Claro que o capitalismo trouxe o melhoramento do sistema produtivo, mas trouxe também a cultura da precificação e do desperdício.

E pra piorar além de assimilar o “The American way of life” (Estilo de vida americano) o brasileiro assimilou o desperdício para além dos bens materiais. Estou me referindo ao posicionamento estanque que assumimos diante das decisões políticas e humanas.

Lembram-se dos protestos que levaram milhares de brasileiros as ruas? Um período que parecia ter despertado a indignação e cansaço do brasileiro com a corrupção, o desperdício de dinheiro público e a péssima qualidade dos serviços públicos. O descontentamento era tão grande que nem se podia identificar a prioridade, nem o objetivo dos protestos. Mas o que pareceria um despertar, em pouco tempo se mostrou um fogo de palha.

Digo isso porque as reivindicações “atendidas” pelo governo: 1) A destinação dos royalties do petróleo para saúde(50%) e educação (50%) que terminaram com pouco mais de 20% para educação e 30% para saúde; 2) A punição dos corruptos do mensalão que ocorreu com indignação do povo petista e de muitos brasileiros compadecidos com o pobre Genuínio que foi punido  por colabora com o roubo do dinheiro público; 3) O programa Mais médicos que iria suprir a carência de profissionais nas cidades do interior do Brasil e que até hoje não se alterou muito; 4) Os gastos com o Copa do Mundo que segue com mais atrasos o que encarece ainda mais as obras; 5) A reforma política que mais uma vez foi manipulada e engavetada para nunca mais.

Os mesmos políticos que se mostraram solidários aos protestos públicos mostraram seu real compromisso com a manutenção das mamatas e do poder político no período de inscrições para filiação partidária. Depois de uma montanha russa de insatisfação popular a presidenta Dilma encerra o ano com uma aceitação ascendente e anuncia a reforma do Sistema único de Saúde (SUS) nas propagandas televisivas, ela só esqueceu de dizer onde essa reforma ocorreu porque continuamos vendo pessoas penando nas filas de postos de saúde e morrendo abandonados.

O ano de 2013 está acabando e não paramos de ver denúncias e discussões em redes sociais sobre irregularidades em prefeituras do interior do Brasil, sobre crimes ambientais acobertados por governos estaduais e municipais e sobre situações de violência contra crianças e mulheres. Questões que mostram nosso Brasil caminhando em direção a um poço sem fundo.

O pior de tudo é saber que e a culpa de tudo isso é daqueles que pedem o fim da corrupção mas que se indigna com a punição dos petistas, dos mesmos que permitem que políticos negociem o dinheiro público em benefício próprio e depois os reelegem e também é daqueles que são coniventes com prefeituras que justificam sua falta de empenho na gestão anterior. O fato é que o brasileiro se indigna até o limiar do seu interesse pessoal. É o famoso discurso “se me beneficia tá bom, mas se não me beneficia eu reclamo e persigo até ser contemplado”.

Até quando o povo brasileiro seguirá nesse ciclo de “toma lá da cá”, até quando vamos insistir num discurso que existe apenas da boca pra fora? Assistindo a um documentário francês sobre paisagens e meio ambiente, o diretor questionou a fé humana de uma maneira muito particular e profunda que quero dividir com vocês. Ele mostrou imagens de grandes peregrinações religiosas (Sírio de Nazaré, a peregrinação a Meca, lavagem das escadarias do Bonfim, a Jornada da Juventude, viagens papais, festival promessas entre outras) para comparar a força da fé com a defesa do meio ambiente.

 De fato é comum vermos pessoas e vidas dedicadas as religiões, mas não vemos essa fé ou esse mesmo ideal para defender florestas, animais, mares, águas, desabrigados,crianças ou mulheres agredidas. Talvez porque ainda não temos fé para defender o futuro do nosso planeta. E defender o planeta é defender o uso devido dos recursos naturais, materiais e humanos, ou seja, é lutar por um planeta socialmente justo, politicamente democrático, ambientalmente sustentável e economicamente próspero.

Assim como ninguém nasce ambientalista, as pessoas não nascem corruptas, elas se tornam ecologistas ou corruptas de acordo com a transformação do mundo. É por isso que o Natal precisa deixar de ser um período de festas, presentes e comemorações para se tornar um período de reflexão, amadurecimento, reposicionamento, solidariedade, catarse e simplicidade. Um sonho ainda longe de ser alcançado por muito brasileiros...


Por: L. Gonçalo.
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Coluna do dia 24 de novembro de 2013.




BRASIL UM PAÍS QUE PRECISA EVOLUIR



A música “Que País é este?” do grupo legião Urbana foi lançada em 1987 e 26 anos depois ainda representa a realidade de nosso país. Na época do lançamento da música já éramos um país democrático e com possibilidade de crescimento. Os anos passaram e o Brasil teve acontecimentos emblemáticos como o movimento dos caras pintadas e a reforma econômica do real, que possibilitou a organização administrativa e política do país para a implantação de projetos sociais relevantes.

Superamos a ditadura, vimos figuras populares se tornarem figuras políticas importantes, vimos a cultura e a educação se popularizarem e passamos a integrar os grupos políticos internacionais. Evoluímos? Em parte sim. Mas observando os acontecimentos políticos deste ano acho que o Brasil entrou num processo de regressão. E digo isso porque crescemos ouvindo nossos pais e professores falarem de como a corrupção impede o desenvolvimento do nosso país, crescemos ouvindo que a impunidade é o principal incentivo da corrupção e que a ética é a base da convivência.

Mas acompanhando as postagens nas redes sociais tenho a sensação de que os brasileiros não entendem ou não querem a justiça, a ética, a moral, a honestidade, o trabalho e a democracia porque se quisessem não defenderiam fervorosamente os condenados do mensalão, não olhariam com bons olhos esse afinidade tão próxima do governo brasileiro com nações ditadoras, nem tentariam barrar a discussão democrática de programa políticos opositores ao governo.

O que vejo no Brasil de hoje é um discurso dúbio onde todos dizem ser a favor da justiça desde que ela não envolva seu grupo. É como se uma mãe dissesse que um assassino deve pagar pelo crime cometido, desde que esse assassino não seja seu filho. O mundo não pode caminhar com dois pesos e duas medidas. A coerência é fundamental. Você deve avaliar os fatos com clareza e deixar a emoção em segundo plano. 

Eu não acho justo um cidadão pagar uma aposentaria correspondente a 10 salários durante 30 anos e receber um terço do que tem direito em função de uma mudança previdenciária e não poder recorrer enquanto e um político condenado por corrupção pode receber uma aposentadoria por invalidez muito superior a daquele cidadão anterior. Como podemos defender quem nos surrupiou?

Historicamente falando, o Brasil é um país que nasceu explorado, que quase dizimou seu verdadeiro povo (índios) e quando deu sinais de avanço, na época do reinado de D. Pedro II, mostrou sua verdadeira tendência... sofreu um golpe político militar. Esse patamar de discussão que temos na Internet é fruto da morte de muitos brasileiros. E é por isso que não podemos nos deixar manipular por grupos que não admitem a realidade dos fatos. 

O julgamento do mensalão é um avanço histórico e  foi o primeiro passo para um futuro mais justo, isso é fato. Mas o mensalão também provou a morosidade de nossa justiça e o excesso de apelações legais. O mensalão mostrou que é preciso rever nossa constituição para deixá-la mais justa e mais ágil. Ele também nos mostrou que é possível progredir, mas para que isso aconteça precisamos entender o verdadeiro sentido da ética.  

Acho que as várias postagens em defesa do mensaleiros do PT e contra os PSDB só reforçam aquele sábio ditado popular: “nós temos o governo que merecemos”. Antes de defender o atual governo ou de condenar a oposição mais forte os brasileiros precisam entender que os serviços públicos que temos são fruto desse nosso posicionamento limitado que se baseia em duas vertentes. Assim como os desvios de dinheiro público são resultado do jeito brasileiro de votar, o famosos "toma lá da cá".

Se estou falando alguma besteira como explicar a “mumificação” de políticos como Sarney, Collor, Garotinho, Genuíno, Serra e afins? Como explicar as sequências de "mandatos familiares" em prefeituras de cidades pequenas? E como explicar a aberração de ver cargos eletivos se tornarem profissão?

Sabe quando o Brasil vai efetivamente ser uma nação quando os brasileiros evoluírem e abandonarem a camaradagem, a simpatia, a troca, o interesse e falsidade e, quando a razão, a justiça, a ética, a moral e honestidade fizerem realmente parte do nosso vocabulário. Como se diz nas redes sociais #De SacoCheioComAFaltaDeCoerênciaDeNossoPaís . Como diria Renato Russo: “Que país é este?”

Por: L. Gonçalo.

Foto: marcoanogueira.blogspot.com
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Coluna do dia 04 de outubro de 2013.





CORRIDA ELEITORAL: UMA BATALHA DE INTERESSES


As vésperas do término legal para registros de partidos políticos foi dada a largada para as a famosa “dança das cadeiras”. Nesse vai e vem de partidos estava a ex-ministra  Marina Silva lutando pela criação do seu partido, o Rede Sustentabilidade.  Apesar da fácil aprovação dos partidos: Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e Solidariedade (SDD), o partido da ex-ministra enfrentou dificuldades no registros dos apoios e não foi aprovado.

A reprovação do Rede Sustentabilidade pode parecer, a primeira vista, uma questão puramente legal, mas avaliando o processo de registro de assinaturas e o posicionamento dos cartórios a história muda. A maior resistência no registro de assinaturas em apoio a Rede Sustentabilidade aconteceu, “por acaso”, na região do ABC Paulista. O Rede Sustentabilidade conseguiu mais de 900 mil assinaturas e enviou quase 700 mil aos cartórios  a fim de alcançar o número  legal de 491 mil apoios. Só no estado de São Paulo houve 54% de invalidações no ABC paulista e 73% de invalidações em São Bernardo do Campo, um índice superior a média nacional que é de 24% de assinaturas não reconhecidas.

Mas “por acaso”, também no ABC Paulista, o partido de “Paulinho da Força Sindical” reuniu a grande maioria das assinaturas de apoio entre os paulistas e revelou a influência de alguns líderes sindicais aliados a grupos que não querem  um novo projeto para o país que inclua uma presidenciável. O mais interessante é que ninguém impugnou formalmente a rede, ninguém quis posar oficialmente como antagonista, mas o posicionamento de alguns cartórios eleitorais revelou uma verdadeira guerra cartorial. Um exemplo claro foi exposto pelo portal Eco Debate que revelou que os cartórios eleitorais dos estados do Rio Grande do Sul e Goiás tiveram conduta exemplar ao responder as listas de apoios indicando quais assinaturas não confeririam com os registros deles.  Já em São Paulo e nas regiões que coincidem com a maior concentração geográfica das forças sindicais citadas, além de índices absurdos de rejeição de assinaturas, as respostas foram enviadas “por amostragem”.

Para entender a questão é interessante observar o contexto político nacional e atentar para alguns detalhes: 1º) é a primeira vez na história do Brasil que todas as pesquisas de opinião para a presidência  trazem duas mulheres como preferência: Dilma e Marina; 2º) depois de 11 anos o governo vive um momento de insatisfação popular e retorno da inflação; 3º) Marina revolucionou a postura brasileira referente ao meio ambiente e surpreendeu as correntes políticas ao alcançar uma votação expressiva surpreendendo o cenário político nacional.

Para mim é muito nítido ver que na região onde o ex-presidente Lula é bastante influente e no Estado onde a atual esquerda também é representativa houvesse maior rejeição  ao partido de Marina, afinal  a candidatura de Marina dependia do registro do seu partido. Apesar da negativa de registro e dos falsos boatos de que Marina queria privilégios para registrar seu partido. O sonho de Marina não foi sufocado.

O único partido que tinha torcida para nascer e que representava as causas ambientais e a busca pela equidade social foi ardilosamente abortado. Esse fato revela que além dos ruralistas que desejam crescer ilimitadamente através de práticas predatórias, a concorrência também parece ter medo de Marina! Mas a batalha não terminou porque resta a Marina optar ou não por um partido existente e seguir sua luta pelo nosso país.

Pra mim seria fantástico e para direita seria assustador ver nas próximas eleições a candidatura de Marina junto com Heloísa Helena ou  Cristovam Buarque!  

Por: L.Gonçalo.


REFERÊNCIA:


MARTINS, Montserrat (Colunista). Quem tem medo de Marina. Portal EcoDebate in Eco Ação. Disponível em: http://ecoeacao2012.blogspot.com.br/2013/10/quem-tem-medo-de-marina-artigo-de.html. Postado em: 02/10/2013. Acesso em: 02/10/2013.

Foto: Nelson Jr. / ASICS/TSE

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Coluna do dia 07 de julho de 2013.




O BRASIL QUE SÓ VIGORA NO PAPEL


Ontem fui ao supermercado e aproveitei o ensejo para levar as pilhas e lâmpadas fluorescentes queimadas que tinha em casa, MAS NÃO CONSEGUI. Como já mencionei em várias postagens deste blog o lixo eletrônico não pode ser descartado no lixo comum porque tem materiais tóxicos e ou cancerígenos que podem contaminar o solo, o lençol freático e nós mesmos.

No Brasil temos uma legislação que estabelece que pilhas e baterias devem ser coletadas por estabelecimentos que comercializam os produtos, bem como a rede de assistência técnica autorizada pelos fabricantes e importadores dos mesmos (Resolução CONAMA 401-08 - Art. 4o). No estado do Rio os fabricantes, distribuidores, importadores, revendedores e comerciantes de lâmpadas fluorescentes são obrigados a colocar a disposição dos consumidores, recipientes para a sua coleta, quando descartadas ou inutilizadas.( Lei Estadual 5131/2007 e o Decreto Estadual 41752/09 - Art. 1º)

Mesmo assim a única explicação dada pelo supermercado foi que recolheram os coletores com o material e não recolocaram na loja daí a impossibilidade de coletar o material. Parece piada, mas já estou perambulando com este resíduo há algum tempo e não consigo descarta-lo adequadamente.

A sensação que tenho é que o sistema tenta nos obrigar a fazer o que é errado. Quando fui fazer as compras do mês, levei minhas sacolas retornáveis, como de costume, e as apresentei-as a empacotadora. Quando fui passar o primeiro carrinho percebi que ela havia empacotado tudo nas sacolas plásticas do supermercado. Recusei a oferta e pedi que utilizasse minhas sacolas. Ela me deixou empacotando tudo e foi embora. Como se não fosse pouco a Caixa esqueceu de dar o desconto das sacolas.

Não adianta ter  responsabilidade ambiental e fazer nossa parte porque sempre esbarramos no sistema. Depois de tudo isso fico pensando como  leis claras e ações simples, como deixar coletores nas lojas onde se comercializa pilhas, baterias e lâmpadas, não são cumpridas pelo comercio brasileiro? E como será quando a Política Nacional de Resíduos Sólidos começar a vigorar? O que será que as prefeituras de cidades pequenas farão com o lixo da cidade?

Precisamos atentar para as pequenas coisas e exigir o cumprimento da lei, caso contrário continuaremos nesse país das maravilhas, onde a lei é perfeita mas só existe de fato no papel.

Por: L. Gonçalo.



OBS: Já denunciei o problema ao INEA e amanhã farei denúncia na Comlurb e no Governo de Estado. Espero que alguma atitude seja tomada.


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Coluna do dia 18 de agosto de 2013.






POLÍTICOS: DE MÉDICO A MONSTRO EM FRAÇÕES DE SEGUNDOS



Desde que os brasileiros conseguiram o direito ao voto democrático as pessoas confiam suas esperanças, expectativas e projetos nas mãos de representantes civis que se colocam a disposição para lutar pelo bem de todos. Palavras bonitas não fosse o abismo que existe entre a concepção e a realidade.

Cresci num país que vivia ainda a sombra de uma ditadura, que lutava por eleições diretas, num país onde os políticos eram homens que inspiravam respeito. O Brasil que me foi apresentado tinham grandes dificuldades políticas, econômicas e sociais. No Brasil da minha infância era comum brincarmos durante a remarcação, quase diária, dos preços dos produtos do comercio de meu pai. A nossa moeda era tão vulnerável que lembro de um dia ter recebido um banho de moedas, antes de meu pai levar todo o dinheiro do caixa da empresa pra trocar pela nova moeda nacional. A economia era tão vulnerável que nossa moeda mudava de nome e de valor do dia para a noite.

Naquela época a política era restrita a um grupo de brasileiros politizados e o povo não participava das decisões públicas. Lembro de participar desde criança de reuniões e convenções políticas porque meu pai era delegado de partido. E cheguei a acompanhar o surgimento de candidatos e correntes políticas que detém o poder local até hoje  na Paraíba.

Na minha casa a política era sinônimo de luta por um Brasil melhor e foi pensando assim que meu pai patrocinou  candidatos, partidos e projetos. Foi contribuindo com ações públicas e civis que vi as ruas da minha cidade receberem suas placas, projetos populares serem realizados, escolas receberem lanches e contribuições para festas, que vi a população pobre de Remígio ter direito ao pão do café da manhã antes mesmo do BOLSA FAMÍLIA.

Apesar do nosso posicionamento de todo o capital que investimos na política recebemos em troca, representantes fracos e descompromissados que sequer revertem o dinheiro público para cidade comprando aos comerciantes locais. Desistimos de apoiar candidatos porque sabemos que nossas reivindicações (investimento no comercio local, melhoria na saúde e educação pública) nunca serão prestigiadas pelos políticos. Desistimos da política porque cansamos de ver a transformação que o poder causa nas pessoas. Cansamos de ver pessoas honestas e lutadoras entrarem na política com ideais e pouco tempo depois tomarem atitudes que antes repudiavam.

O grande desafio da política é conseguir tirar do papel os projetos que são necessários a população de forma íntegra, o que não é tarefa fácil, porque no mundo da política as ações não podem ser executadas sem a "benção" do grupo de gestores e fiscalizadores do poder. E é aí onde mora o perigo. Nossos representantes do executivo e do legislativo não podem simplesmente realizar um projeto em função do necessidade pública. Eles precisam levar vantagem e é dessa "necessidade" de ganhar dinheiro fácil que nasce a corrupção.

Apesar da corrupção política ser uma constante em nosso cotidiano ainda existem gestores dignos, que  se negam a fazer negociatas e transações. Mas estes são perseguidos, sabotados, ameaçados até tomar a temida decisão: ou entra no sistema ou sai. E é nesse momento que se reconhecem as pessoas justas.

Quero deixar claro que minha intenção não é taxar todos os políticos de incapazes e desonestos, mas como cidadã preciso chamar a atenção para um problema que está no cerne do povo brasileiro e precisa ser percebido, discutido e modificado. A corrupção é um reflexo da falta de ética e de moral. Se crescemos vendo que roubar é permitido, extorquir é permitido, corromper é permitido, enganar é permitido, levar vantagem é permitido, como aceitar que o contrário seja real?

A corrupção, que engole nosso dinheiro e nos priva de educação, saúde, moradia e emprego de qualidade, é uma ação amplamente aceita por todos aqueles que votam em troca de favores, que só colaboram com suas correntes políticas, que aceitam esquemas e que usam a ingenuidade e a gratidão do povo para se perpetuar no poder.

Infelizmente a fórmula da corrupção é injetada em nossas vidas desde a infância e é forte o suficiente para transformar um médico(salvador de vidas) em um monstro (caçador de futuros) em frações de segundos. Façamos um exame de consciência e coibamos a falta de ética e de moral dentro de nossas casas e de nossas vidas, esse será o primeiro passo para a construção da verdadeira democracia.


Por: L. Gonçalo.


FOTO:dibjr.wordpress.com

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Coluna do dia 30 de junho de 2013.




SABEMOS REALMENTE O QUE QUEREMOS?


Há algumas semanas o povo brasileiro foi acordado por um grupo de jovens que protestavam contra o aumento das passagens de ônibus. Uma  insatisfação despertou a frustração de um povo que clamou por anos de abandono e descaso.

Questões importantes foram lembradas, conquistas alcançadas e propostas anunciadas. Apesar dos avanços o povo ainda não recuou – o que é positivo – mas quais são os objetivos dos manifestos e quem os representa? Ninguém sabe. O fato é que existem dois pontos cruciais, o primeiro é o desejo iminente de mudança e o segundo é a falta de organização dos protestos.

O povo finalmente entendeu que pode e deve exigir seus direitos e percebeu que pode fiscalizar o uso do dinheiro público. Mas o povo esqueceu que todo movimento precisa de causa, objetivos, metas e representação. Precisamos reunir grupos e definir prioridades. Do contrário um movimento que tem tudo para mudar o país pode ser manipulado para aprovar projetos desnecessários e até forjar um golpe político.

O que estou dizendo é que precisamos reunir grupos de todas as causas para discutirmos e definirmos com clareza o precisa ser feito, caso contrário o movimento enfraquecerá e todas as causas que emergiram poderão cair no abismo do esquecimento ou nas lacunas das promessas eleitoreiras. 

A forma para alcançar a mudança nós já temos e se chama pressão popular, mas para exigir é preciso conhecimento da causa, do contrário poderemos engolir soluções que não passam de engodo, como de fato já ocorreu. Será que os royalties do petróleo serão aplicados na saúde(25%) e educação(75%)? Eu me pergunto quando e como isso vai acontecer já que essa verba será oriunda do pré-sal e na realidade esses royalties ainda nem existem!

Sabemos que o Brasil precisa de ordem e progresso. Mas precisamos definir de fato o que queremos porque a luta por absolutamente tudo pode esbarrar no nada. Primeiro precisamos discutir e produzir documentos que estabeleçam nossas prioridades. Depois precisamos divulgar todas as causas e esclarecer a população. O caminho foi anunciado e a hora é essa, mas o povo precisa saber de fato o que está acontecendo e como as coisas funcionam. Do contrário serão facilmente manipulados pela máquina do governo e da mídia. Acorda Brasil!


Por: L. Gonçalo.

Foto: Facebook.

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Coluna do dia 22 de junho de 2013.




BRASIL DEIXOU DE SER PAÍS DO FUTEBOL


Há duas semanas o jargão “país do futebol” perdeu seu encanto graças a uma reivindicação da juventude que ganhou as ruas. Os protestos contra o aumento das passagens de ônibus foi a gota d’água para libertar a insatisfação de uma nação.

Como afirmou Antônio Abujamra, o brasileiro estava acostumado a morar em cubículos, a acordar sobressaltado porque está na hora, a tomar café apressado pra não perder a hora, a sair do trabalho porque já é noite, a dormir no ônibus porque está cansado, a pagar por tudo que se necessita e saber que cada vez pagará mais.

Mas por algum motivo o clamor da juventude despertou a população que estava acostumada a simplesmente esperar nas filas onde se cobra. Pela primeira vez em muitos anos o povo foi as ruas pedir um basta. Foi incrível ver estampado nos rostos dos verdadeiros manifestantes o desejo de mudança. Os protestos não só ganharam as ruas, mas receberam o apoio da população, a aceitação da imprensa e a atenção do mundo.

Diante de uma iminente crise política, nossa Presidenta fez o que era possível para não se afundar de vez. Ela anunciou que será criado um Plano Nacional de Mobilidade Urbana (PNMUrb), a imediata contratação de médicos estrangeiros para o SUS e o envio de um projeto que garante 100% dos Royalties do Petróleo para a educação.

O depoimento agradou a imprensa mundial, mas só me despertou desconfiança. Vou explicar por que? Nossa população ainda é, em sua maioria, pouco escolarizada e ainda acredita em discursos políticos ficando mais vulnerável a ser convencida das propostas, mas pra mim que cresci acompanhando a luta de meus pais por mudanças políticas, isso não passa de um engodo!

Pensemos juntos. Como o governo vai realizar um PNMUrb se até hoje não conseguiu entregar a Ferrovia Norte-Sul para melhorar o transporte de cargas e aumentar nossas exportações? Como o governo vai garantir a contratação de médicos estrangeiros capacitados e com recursos adequados aos atendimentos, se até hoje nos deparamos com fechamento de maternidade por falta de UTI neonatal ou com hospitais com uma super UTI, mas que fica obrigado e limitar as internações em função da falta de repasse? Como o governo vai garantir que o dinheiro do petróleo será utilizado na educação se até hoje não nos foi informado onde foi parar o dinheiro do CPMF( imposto criado para melhorar a saúde)?

A presidência afirmou que a cidadania deve ser ouvida e que será fundamental uma reforma política e eu me pergunto será que nosso povo está realmente disposto a fazer as mudanças necessárias ou será que engoliremos mais promessas e perderemos a chance de nos tornar uma nação de verdade?

Não acho que um governo que leva 25 anos para construir uma ferrovia, que gasta 33 milhões de reais por ano com parlamentares e que  percebeu, da noite pro dia, que precisa investir mais em educação e saúde, vai cumprir sua promessa...

Proponho a elaboração de documentos que estabeleçam nossas exigências e sejam ratificados pelo povo e recomendo o encaminhamento dos mesmos para o congresso, na condição de acompanhemos de perto a votação dos projetos, só assim os políticos nos atenderão. 

Apesar da vulnerabilidade da situação uma coisa é certa, muitos brasileiros nunca fugiram da luta. 

Por: L. Gonçalo.
Foto: Facebook __________________________________________________________________

Coluna do dia 16 de junho de 2013.





FESTAS JUNINAS: UM PASSADO CADA VEZ MAIS ESQUECIDO


Venho acompanhando a programação dos festejos juninos no nordeste fico cada vez mais preocupada com o rumo dessa tradição. Já tem um tempo que percebo no nordestino uma falta de apreço as tradições locais. Um problema gerado pela falta de investimento público e privado na divulgação da cultura regional.

Os festejos juninos são uma expressão cultural nordestina criada para comemorar as chuvas de inverno e a colheita. Uma festa profana inspirada nos santos da Igreja Católica e que marca o fim da seca. Os festejos juninos nasceram do São João dos sítios que tinham um pavilhão (espaço de terra batida para as pessoas dançarem), comidas típicas feitas a base dos produtos produzidos (milho, batata, mandioca, cana-de-açúcar, carne de sol, queijos) como pamonha, canjica (no sudeste curau), mungunzá (no sudeste canjica), queijo de coalho assado na brasa, batata doce assada na fogueira, queijo de manteiga, bolo de milho, bolo de mandioca, bolo pé-de-moleque, bolo de macaxeira (no sudeste aipim ou mandioca), bolo de batata doce, milho cozido e assado na brasa e carne de sol.
Tudo muito simples e natural, mas bem diversificado com sabores e tonalidades próprias. Mas essa tradição se transformou e conquistou requintes de show business. E o que deveria ser a divulgação de uma cultura local passou a ser deturpado paulatinamente e se tornou numa festa pasteurizada e artificial.

A música deixou de representar a geografia, história, cotidiano e cultura do nordestino e se tornou numa combinação de rimas que fazem referência a mulher objeto, ao homem garanhão e a comportamentos duvidosos, tipo “Vou te pegar, te pegar taradinha. Vou te agarrar, vou amar todinha”. A comida virou uma miscelânea de culturas e representações estranhas chegando ao cúmulo de se ter acarajé no São João de Campina Grande. As quadrilhas viraram indústria cultural com trajes típicos que se parecem com as fantasias carnavalescas e passos tradicionais que foram abandonados. As palhoças de forró, onde se vai exclusivamente para dançar, estão desaparecendo. E as artes típicas da época como o repente, o coco e o cordel viraram raridade. 

Foi-se o tempo das quadrilhas infantis, de jovens e de casais com vestido de chita e passos tradicionais. Foi o tempo do forró pé-de-serra e das famílias soltando fogos em torno da fogueira. Não se contam mais causos e as adolescentes não fazem mais simpatias para descobrir quando, como e com quem vão se casar. As crendices populares estão sendo esquecidas e até os shows  que eram gratuitos estão começando a ser pagos.

Acho que o nordestino não sabe mais o que é tradição nem o sentido da festa. As pessoas estão assimilando as músicas, costumes e até sentimentos que não são característicos da região. E a modernidade está aos poucos, enterrando uma cultura. Sei que a modernização e adaptação são inerentes a evolução da sociedade, mas ela pode correr paralelamente a essência de um povo sem suplantá-la. Se isso não fosse possível não existiriam as tradições gaúchas, a catira e demais manifestações locais tão importantes da cultura brasileira.

Se o nordestino não fizer nada para impedir que a verdadeira tradição junina seja preservada o espírito do São João só existirá na lembrança e no coração de pessoas como eu que viveram a alegria dos festejos em sua essência. “Ai que saudades eu tenho, das noites de São João, das noites frias... na fogueira, sob o luar do sertão...” Só hoje entendo o verdadeiro sentido dessa música.


Por: L. Gonçalo.

OBS:  Algumas coisas podem ser substituídas como por exemplo as fogueiras, mas aceitar atrações musicais como Sertanejo, tecnobrega e até pop  em pleno São João é demais. 


FOTO: Quadrilha junina em Campina Grande de F. Carvalho.


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Coluna do dia 09 de junho de 2013.




BRASIL: MUITO DISCURSO E POUCA PRÁTICA



Na semana do meio ambiente acompanhei as ações do governo voltadas a temática e vi um pouco de tudo. Nosso país conseguiu diminuir as emissões de gases estufa, mas continuou desmatando a Mata Atlântica. Nosso governo prioriza a matriz energética do carbono em vez das matrizes energéticas renováveis. Índios ainda sofrem com a demarcação de terras. São questões antigas que continuam sem solução e metas estabelecidas em acordos internacionais que continuam apenas no papel.

Temos cientistas capazes de criar novas tecnologias e de definir projetos para o melhor uso dos recursos naturais e a recuperação de áreas degradadas. Podemos investir apenas em energia limpa e sermos energeticamente autossuficientes, mas nosso governo prefere construir mais uma usina nuclear e uma hidrelétrica. Temos um potencial de aproveitamento de lixo e esgoto capaz de suprir cidades inteiras, mas ainda não conseguimos sequer estabelecer a utilização de aterros sanitários.

Fico me perguntando, com um país com expressões ambientalistas de vanguarda, reconhecido e respeitado internacionalmente, e que assinou protocolos e acordos internacionais para o desenvolvimento sustentável figura apenas no discurso? 

A pergunta é: até quando vamos admitir que um governo que detém o pulmão do mundo e a maior biodiversidade do planeta continue estimulando o desmatamento, a poluição e a aniquilação de biomas que asseguram o equilíbrio da vida? Até quando permitiremos que o dinheiro público seja aplicado em eventos e obras de empresas particulares (como o Itaquerão e demais estádios de clubes) em vez de serem destinados a proteção e recuperação do meio ambiente? 

Nossa intenção não é dizer que o meio ambiente é uma responsabilidade exclusiva do governo, mas estabelecer nossa responsabilidade nesse processo e admitir que incentivamos esse tipo de comportamento ao aceitarmos a política do consumo exacerbado e entregarmos as ações unicamente para os órgãos competentes. Precisamos assumir o compromisso e fazer a nossa parte não votando em políticos que não se posicionam em defesa do meio ambiente. É preciso exigir ações ambientais na mesma proporção que exigimos melhor atendimento médico.

Eu tive a chance de tomar banho de mar em praias limpas e bonitas, de fazer trilhas na Mata Atlântica, de nadar em cachoeiras, de beber água de nascente, de ver de perto um peixe-boi... Se não fizermos nada, em pouco mais de trinta anos, esse depoimento soará como discurso de ficção científica para meus netos que não terão a mesma chance que eu. Somos a nação em desenvolvimento mais expressiva da América e precisamos agir como tal. Posicione-se!



Por: L. Gonçalo.
FOTO: Estrada de Ferro de Mariana - MG de L. Gonçalo.
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Coluna do dia 02 de junho de 2013.





"SÃO JOÃO TRADIÇÃO"



Circulam nas redes sociais a indignação de parte da população paraibana sobre o posicionamento do Secretário de Cultura do Estado perante sua política de gestão. O fato é que o músico, cantor e compositor, Chico César, atual secretário de Cultura da Paraíba, disse que não patrocinaria atrações musicais que não se relacionem com a herança direta de Jackson do Pandeiro, Sivuca ou Luiz Gonzaga.

A decisão do secretário foi polêmica desde o começo, mas soou como uma tentativa de estímulo a autêntica música regional. Porém após o anúncio da programação do São João de Campina Grande que vai ter: Aviões do Forró, Forró dos Play, Forró da Curtição, Forró Zueira, Forró da Pegação, Saia Justa, Forró da Resenha, Gatinha Manhosa, Garota Safada, outras bandas de forró eletrônico e atrações religiosas como Pe. Fábio de Melo, o discurso da Secretaria de Cultura foi pro espaço.

A programação anunciada pela cidade de Campina Grande não corresponde a política da referida secretaria, mesmo assim o Estado está apoiando os festejos e bancando parte dos gastos. Fica a pergunta, afinal o que é um São João tradicional? 

As tradicionais festas juninas tem origem nas pequenas festas realizadas em bairros e sítios do interior do nordeste para comemorar a colheita nos dias dos santos: Antônio, João e Pedro. Em pequenos arraiais ao som da zabumba, triângulo e sanfona, com comidas a base de milho, fogueira e fogos reinava o chamado Forró Pé-de-Serra. Um ritmo que retrata a vida e a região do nordeste e que alcançou o mundo. Com o crescimento das cidades os festejos de bairros cresceram e ganharam estrutura de show business assim como o forró, que na década de 90 ganhou ares de modernidade criando um estilo denominado New Forró, Forró Eletrônico ou Forró de Plástico que ganhou adeptos, mas também enfrentou resistências. 

Desde então a discussão sobre tradição e cultura passou a girar em torno do estilo musical. Mas a questão é muito mais complexa. Trata-se de um problema de percepção, afinal novos ritmos e mudanças de estilo sempre surgirão. Isso é um processo natural. O problema da Paraíba não deve ser restrito ao tipo de banda que será contratada, mas ao tipo de festa produzida e o tipo de cultura reproduzida.

O mundo se modernizou e as tradições sofreram adaptações que refletem a cultura atual. É preciso entender que as tradicionais festas juninas não existem mais! Talvez admitir que o forró eletrônico já compõe o cenário nordestino local e definir uma cota maior para atrações tradicionais seria muita mais condizente com a realidade do que simplesmente bradar por uma coisa que não exite mais. Cabe a todos nós entendermos que essas mudanças acontecem e torcermos para que o estado adote medidas de incentivo a cultura local, mas esses incentivos devem ser priorizados na prática. Chega do discurso politicamente correto e da prática  politicamente viável.

Afinal não é possível que em pleno século XXI não admitamos que o Forró Eletrônico se estabeleceu no cenário nordestino, afinal todo ato contínuo validado por uma transmissão cultural é considerado tradição. 

O fato é que o São João de tradicional só tem o nome!

Por: L. Gonçalo.


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Coluna do dia 25 de maio de 2013.





 O AQUI E O AGORA!


Com a evolução tecnológica e a popularização da rede mundial de computadores tudo o que acontece no mundo é disponibilizado quase que em tempo real. Viver na era da informação requer participação. Não basta apenas acessar o máximo de conteúdo possível é preciso se fazer presente através da manifestação pública de suas opiniões. Essa revolução da comunicação mundial levou a popularização das páginas de relacionamentos, que além de possibilitar a aproximação de pessoas que estão distantes também permitiu a discussão de fatos pertinentes a vida no mundo. 

Mas o que parecia ser uma panacéia para a agitação da vida moderna se tornou um espaço instável com proliferação de informações falsas, golpes, acusações, perseguições e exposição exagerada da vida pessoal. O que antes era sinônimo de pesquisa, de busca de conhecimento hoje é um portal para absolutamente tudo. 

Essa visibilidade virtual da vida cotidiana levou a  um sentimento de urgência que revela um vazio ideológico absurdo. Além da correria imposta pelo mundo moderno as pessoas vivem a “urgência de pronunciamento”, que é a necessidade de publicar tudo o que acontece nas redes sociais. A banalização da informação e a descontextualização do conceito de urgência está criando uma civilização de pessoas superficiais e extremamente carentes. 

Um exemplo simples é o celular, que deixou de ser um telefone móvel para ser um equipamento de conexão multimídia. No mundo da informação não é possível cogitar uma pessoa que não use celular. "E se você tem um celular que não é 4G... é o fim!" O fato é que estamos vivendo uma inversão da realidade. O mundo virtual está ficando acima do mundo real. A necessidade de se postar absolutamente tudo banaliza o verdadeiro sentido da palavra urgência.


Urgência refere-se a algo que necessita de total atenção, que é imprescindível. Será que dizer que está saindo para cortar o cabelo ou que está almoçando é realmente urgente? Por que as pessoas não usam esse espaço fantástico para dar visibilidade a coisas interessantes? Talvez porque no mundo virtual tudo é mais fácil. Tudo é possível.

Não estamos tentando dizer que a Internet é uma coisa negativa. Mas é importante frisar que esse espaço é uma oportunidade grandiosa de discussão, de encontro e de conquista de um horizonte distante, mesmo assim ele não substitui a sensação de uma abraço, da brisa, da vida. Sejamos modernos e inteligentes e usemos a interatividade virtual a nosso favor. 

Talvez estar conectado seja o lance do momento, mas o aqui e agora é real e não virtual. 

Por: L. Gonçalo.

FOTO: profeugenio.blospot.com.br

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Coluna do dia 18 de maio de 2013.




REALITY SHOW UMA AUDIÊNCIA VAZIA


A televisão brasileira vive a era dos Realities Shows. Tudo começou com um grupo de artistas de pouca expressão que ficaram confinados numa mansão na zona sul de São Paulo. A proposta revolucionou a linguagem do entretenimento. Depois da Casa dos Artistas veio o BBB e aí muito outros programas, que buscavam através da edição de cenas e definição de personagens, estimular os telespectadores a discutir as confusões apresentadas nos programas. Nesse período surgiram as personalidades instantâneas, que são ex participantes de BBB’s e afins que se definem como artistas.

Agora o mundo dos Realities decidiu investir em socialites e criaram o programa “Mulheres Ricas”. Com a desculpa de mostrar a rotina de mulheres de sucesso, o programa traz a vida de personalidades que conquistaram a bonança e que hoje postulam uma vaga na alta sociedade brasileira. Apesar da opulência do status o programa deixa claro que a abundância de dinheiro e propriedades móveis, imóveis e semoventes não vem acompanhada de educação, etiqueta, respeito e cidadania. Uma pessoa rica não é aquela que acumulou substancial riqueza em relação à sociedade na qual vive, mas é aquela que sabe usufruir de sua riqueza com responsabilidade fiscal e social. 

Se a proposta do programa era mostrar como é a vida de mulheres ricas? Acho que o roteiro perdeu o enredo ao mostrar mulheres consumistas e superficiais cuja preocupação é disputar o título de mulher mais chique através da ostentação de bens de luxo. Com o jargão “ser rica não é apenas ter dinheiro, é ter educação” as participantes se alfinetam o tempo todo e se esquecem de praticar o próprio discurso. 

Ao ver o programa fiquei pensando o que a bilionária Atinah Onassis, que mantém sua vida resguardada e que não se importa em ostentar a bolsa Channel do momento, e a atriz Angelina Jolie, que usou um vestido de 25 dólares numa premiação por achar inconcebível gastar milhares de dólares com uma roupa enquanto milhares de pessoas morrem de fome na África, farão para se adequar ao mundo dos ricos?

O fato é que a exposição feita nos Realities Shows reflete o vazio ético e social de nossa população que sobrepõe os valores morais e superestima o materialismo como mecanismo de conduta. A curiosidade é uma característica da humanidade, mas o senso crítico é uma capacidade adquirida ao longo do aprendizado. Ao admitir que um “ex fazendeiro” é uma celebridade ou que uma socialite é sinônimo de ápice social estamos perpetuando a cegueira que impede o desenvolvimento político, econômico e social do nosso país. A televisão é um meio de comunicação que propicia a informação e o entretenimento, mas ela também influencia a população. Daí a importância de analisar com calma tudo que nos é apresentado, afinal não é porque dá audiência que tem qualidade.

Por: L. Gonçalo.


Foto: itwasredcinema.blogspot.com
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Coluna do dia 11 de maio de 2013.


Foto: F. Carvalho

MÃES: UMA RESPONSABILIDADE QUE VAI ALÉM DA FAMÍLIA


O Dia das Mães é comemorado oficialmente no Brasil no segundo domingo de maio desde 1932. Nesta data o comércio fica movimentado e os meios de comunicação fazem homenagens aos diversos tipos de mães brasileiras. Mas o tom das homenagens é pautado na imagem de um ser único, feito de infinito amor e dedicação, numa representação quase mitológica.

O fato é que no mundo real a denominação de mãe não traz em si o amor incondicional. Se fosse assim não teríamos bebês recém-nascidos jogados em lixeiras nem crianças retiradas do convívio familiar por maus tratos. Ou seja, a capacidade de perpetuação da espécie e o instinto animal de proteção da prole, não traz em si a capacidade de amar. A relação de cuidado extremo e de amor tão, disseminada por todos, tem como estrutura as relações pessoais que determinam o que é certo e o que é errado, o que são necessidades e o que não são.

Para muitas pessoas ser mãe é gerar um filho. Mas não é. Ser mãe passa os limites da biologia e entra na esfera social. Ser mãe é ser responsável pela orientação e educação não só de um ser, mas de uma geração. Cabe a mãe criar, educar e formar o caráter da sua prole. Há quarenta anos atrás, a preocupação das mães se restringiam a criação dos seus filhos até atingirem a maioridade. As mulheres dessa época se dedicavam, em sua maioria, exclusivamente a família. Cuidavam da casa, das atividades escolares, da educação doméstica, da assimilação dos valores éticos e morais. Naquela época bons modos, etiqueta, respeito ao próximo, ao meio ambiente e cidadania ainda eram comuns.

Hoje, ser mãe é dar a “criança” tudo aquilo que ela quiser ou o que não nos foi dado. É ensinar que ter é mais importante do que ser. É não permitir que a dor, a dificuldade e a superação faça parte da vida dos filhos. Assim elas evitam o sofrimento. É impedir que o mundo cobre ou ensine, afinal só a mãe pode fazer isso. Dessa forma as mães tão amorosas de hoje estão ensinando as futuras gerações a esquecer a cidadania, a ganhar em qualquer circunstância e a fugir ou se anestesiar no primeiro sinal de insucesso.

E assim vão surgindo filhos cheios de vontades. Filhos que orquestram o assassinatos dos pais. Filhos que entram no mundo das drogas e matam por mais um trago. Filhos que fazem atrocidades com os seus semelhantes porque não aprenderam o significado da palavra respeito.

Ser mãe é compromisso. É buscar dentro de si a força do não e o equilíbrio do sim. É se comprometer em mostrar o certo e o errado e exigir a aplicação real desses ensinamentos. É dar limites e disciplinar.  É mostrar a importância do respeito, da solidariedade e da honestidade. 

Ser mãe não é um prêmio nem um status. Assim como não é uma exclusividade. Ser mãe é acima de tudo um compromisso de entregar ao mundo um cidadão. Mas um cidadão de bem! Aproveite o dia para comemorar e para refletir...


Por: L. Gonçalo.

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Coluna do dia 04 de maio de 2013.



RIO UMA CONQUISTA DE POUCOS



A maioria dos brasileiros sonha com a casa própria. A tão sonhada casa é reflexo da necessidade de estabilidade. O financiamento de imóveis começou em 1º de junho de 1934, quando a Caixa assinou a primeira hipoteca para a aquisição de imóveis no Rio de Janeiro. Em 1986, a Caixa incorporou o Banco Nacional de Habitação (BNH) e se tornou o maior agente nacional de financiamento da casa própria. (CAIXA, 2013)

O financiamento possibilitou o acesso da classe trabalhadora a casa própria. Uma conquista que deveria incluir todas as classes sociais. Mas financiar uma casa não é tão simples assim. É preciso preencher os requisitos legais e achar o imóvel desejado. Por incrível que pareça o mais difícil é achar um imóvel cujo preço tenha relação com a realidade. 

Para comprar um um imóvel é preciso ter três coisas em mente: 1) Preço e financiamento, 2) Localização, 3) Características do imóvel. Mas na realidade também é preciso considerar a vizinhança, acesso ao transporte, proximidade com áreas de risco, legalização e valor real do imóvel.

É aí que a coisa se complica porque no Rio de Janeiro um imóvel tem dois valores: o valor real e o “valor idealizado”. Uma casa no subúrbio com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e garagem, que deveria custar 170 mil reais pode custar 370 mil. Reflexo da especulação imobiliária dos últimos dois anos. Mas se você for comparar o imóvel com o preço  vai perceber que o mercado imobiliário definitivamente surtou.

Desde 2012 o Rio de Janeiro é o metro quadrado mais caro do país. Segundo dados publicados no G1, no Brasil o preço médio do metro quadrado é 6.682 reais em abril. No Rio o preço é 9.052 reais contra 8.332 reais em Brasília e 7.118 reais em São Paulo. Comparando com Curitiba, cidade referência em estrutura e qualidade de vida, onde o metro quadrado custa 3.932 reais tem-se uma diferença de 5.120 reais. 

O resultado dessa mudança de valores se reflete apenas no preço final do imóvel e não na qualidade do mesmo.O fato é que viver no Rio de Janeiro virou direito de poucos. Para continuar aqui é preciso optar. Ou mora em área de risco ou se muda para um cubículo que onde o quarto não comporta uma cama de casal e que são chamados de novos condomínios. Caso você queira viver num lugar com espaço a única opção é sair da cidade e gastar mais tempo  no trânsito.

A tendência em reduzir os espaços de moradia nas grandes cidades é comum. Mas o direito a casa própria ficou restrito a um grupo pequeno de pessoas. Se você pensa que ser um cidadão idôneo ter trabalho, renda fixa são requisitos suficientes para ter direito a um imóvel decente... tá na hora de rever seus conceitos e entrar na nova regra de mercado que é abrir mão do direito de morar bem. Não é a toa que a cidade do Rio de Janeiro tem mais de 2 milhões de habitantes que moram em áreas de risco ou em comunidades.


 Por: L. Gonçalo.


FONTES:


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Coluna do dia 27 de abril de 2013.



Foto: absurda.com


OPOSIÇÃO POLÍTICA TEM NOME E ENDEREÇO



Interessante como os meios de comunicação se fazem presentes nas questões políticas. Eles divulgam, denunciam e fiscalizam e atuam como ponte entre a população e o governo.

Com a popularização das redes sociais, a comunicação deixou de ser terreno exclusivo da imprensa e passou a ser território do povo que é público mas também é repórter. Mas até que ponto tudo isso é positivo? Até o ponto em que os direitos pessoais não suplantam os direitos do cidadão. Por exemplo, na semana passada fui surpreendida com uma publicação no Facebook, que noticiava o não credenciamento de uma cidade do interior da Paraíba  a um programa do Ministério da Saúde. A mensagem era debochada com tom de comemoração e o autor é desconhecido. Manifestar seus direitos através de solicitações públicas a uma instituição é normal. Mas usar as redes sociais para fazer uma falsa oposição, isto é, para criticar e torcer pelas perdas da atual gestão é confundir interesses pessoais com direitos comuns.

Vendo tudo isso, me pergunto onde está a cidadania? Até que ponto as cobranças dessa população que torce pela perda da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e pelo fracasso da nova administração é realmente oposição? Acho que o problema está no conceito. Oposição política é o posicionamento político tendo como necessidade a fiscalização sobre os detentores do poder político e a efetiva proteção aos direitos das minorias. (PINHEIRO, 2006)

Criticar por criticar não é ser oposição. Ser oposição é fiscalizar e exigir ações que beneficiem a população. Torcer pela perda de um programa que iria beneficiar uma população é ridículo. Além disso, oposição tem nome e endereço. Espalhar boatos e denegrir a imagem de pessoas sem se identificar é covardia. Não bastasse tudo isso a população adiciona essas páginas aos seus Facebooks. Pra quê?

Mais interessante que dar audiência a essa boataria é comparecer as Sessões Ordinárias da Câmara Municipal para ver a oposição trabalhando, ver a situação se posicionando e ver o que está sendo solicitado. Dar audiência a esse tipo de falatório é o mesmo que votar em político corrupto. No final só nos resta acreditar que um dia o novo “coronelismo” será extinto e que a política não dê margem a interesses pessoais.

Por: L. Gonçalo.

PINHEIRO, Maria Cláudia Bucchianere. A oposição e seu papel no cenário da representação política. Disponível em: http://jus.com.br/revista/texto/13145/a-oposicao-e-seu-papel-no-cenario-da-representacao-politica Publicado em: 01/2006. Acesso em: 23/04/2013.


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Coluna do dia 20 de abril de 2013.


Foto: mfcmamonas.no,comunidades.net

BRASIL DEPRESSIVO: DOENÇA OU VAZIO PESSOAL?


Assistindo ao programa “Agora é tarde” de Danilo Gentilli, me surpreendi ao ver o ex-paquito Alexandre Canhoni, que atua como missionário no Níger (África), dizer que em meio ao caos econômico e social do país não viu nigerinos deprimidos. Como isso é possível? Façamos um comparativo.

A República do Níger  tem dois terços de seu território no Deserto do Saara. Em 2010, o Níger foi classificado na penúltima posição  no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A economia do Níger é centrada na agricultura de subsistência, na criação de animais, na reexportação de produtos e na produção de urânio. (FOLHA, 2010)

Já a República Federativa do Brasil é o maior país da América do Sul e da América Latina, o quinto maior do mundo em área territorial com uma população de mais de 193 milhões de habitantes. É uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas do mundo. Nossa economia é a maior da América Latina e do Hemisfério Sul, a sexta maior do mundo por PIB nominal, além de ser um país com diversidade de ecossistemas e recursos naturais.
Temos dois extremos, de um lado um país que figura entre os mais miseráveis do mundo, de outro um país que figura entre os mais importantes do mundo. Se nosso país é tão abundante por que nossa população é tão depressiva? De onde vem tanta frustração?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde a depressão é uma das doenças que mais incapacitam pessoas ao redor do mundo e o Brasil é o país com a maior prevalência da doença no último ano, com 10,8% da população apresentando o distúrbio mental. Estima-se que a doença  causa cerca 850 mil suicídios por ano em todo o mundo. No Brasil, são cerca de 13 milhões de depressivos. (GALILEU, 2012)

O fato não é uma questão apenas de número, mas de estilo de vida. Reflitam comigo! No Níger a população luta pela vida e sobreviver é motivo de alegria. No Brasil, a população já venceu a maioria das dificuldades dos países em desenvolvimento e entrou definitivamente na economia de mercado. Para nossa população consumir se tornou questão de urgência.

Vivemos, hoje, a teoria do “eu sou aquilo que aparento. Eu preciso ter para ser”. A disseminação desse estilo de vida incentivou o consumismo como prioridade e os valores éticos e morais ficaram em segundo plano. Consumir é normal num mundo moderno e globalizado, mas as relações humanas não devem ser postas de lado. O resultado é uma corrida desenfreada para acompanhar o ritmo de consumo “imposto” e quem não consegue se sente pequeno, vazio e sozinho.

Já pensou se a população do Níger, da Somalilândia, da Índia, do Haiti e de tantos outros países colocassem em primeiro lugar a miséria material e ficassem deprimidos? Eles deixariam de existir em poucos anos. Mas como o foco dessas pessoas não é comprar o celular, o tablet, o carro, as roupas da moda...os nigerinos se preocupam em orar por dias melhores e lutar pelo pão de cada dia. Se todos os brasileiros aprendessem essa lição o país seria muito mais verde e amarelo.

Por: L.Gonçalo. 

FONTES:



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Coluna do dia 13 de abril de 2013.

Foto: blogdodouglaseralldo.blospot.com


TRABALHAR OU APARECER, EIS A QUESTÃO!


O Rio de Janeiro é uma metrópole e como tal necessita de uma equipe muito grande de gestores para dar conta do volume de projetos e de serviços públicos necessários ao funcionamento da cidade. Imaginem a quantidade de funcionários comissionados empregados nas secretarias. Para se ter uma noção, a Prefeitura do Rio é composta por 17 secretarias e 7 subprefeituras.

As subprefeituras são instituições gestoras dos órgãos municipais executivos, localizadas em diferentes pontos da cidade para coordenar a administração de vários bairros que compõe uma região. Elas funcionam como um canal de interlocução entre a população e o Prefeito através da constatação e solução das queixas dos moradores, associações e da sociedade civil organizada.

Foto: rio.rj.gov.br

Além de uma grande estrutura administrativa o Rio também dispõe de uma rede de veículos de comunicação de relevância internacional. Dados oficiais da mídia do Estado mostram que a cidade tem 7 emissoras de TV aberta, 24 canais UHF, 98 jornais impressos, 3 Provedores de Conteúdo e 5 Agências de Notícias de referência mundiais. Quando o assunto é rádio o Estado do Rio tem 19 emissoras AM, 69 emissoras FM e 5 Web Rádios. Um detalhe importante é que a maioria desses veículos de comunicação tem sede na cidade do Rio.

Um cenário imenso de possibilidades de divulgação que são utilizadas de forma adequada pelos governos estadual e municipal, ou seja, dando visibilidade apenas as ações do governo e não as pessoas. Mesmo assim é muito difícil ou quase impossível encontrar um carioca que saiba mais de dois nomes de secretários municipais ou estaduais. Pode ser desinformação? Falta de interesse? Com certeza não é. A dificuldade de se achar um carioca que saiba os nomes dos secretários, subprefeitos e coordenadores se dá em função de um pequeno detalhe: exercer um cargo de confiança no Rio não é status, é responsabilidade e trabalho.

Diferentemente do cenário carioca, especialmente no Nordeste, a “importância” dada aos funcionários comissionados municipais e estaduais é imensa. A sensação é de mutação. Parece que as pessoas que assumem um cargo de secretário, subsecretário ou coordenador deixam de pertencer a espécie Homo sapiens. Ser secretário em alguns lugares do Brasil é o mesmo que conquistar um título, como um doutorado ou Pós-Doutorado. As pessoas deixam de ser “Fulano de Tal” para Ser “Secretário Fulano de Tal” até mesmo quando estão desenvolvendo atividades desvinculadas do órgão público onde trabalham.

Curioso ver que em vez de ouvir e resolver os problemas do povo, esses funcionários comissionados se preocupam basicamente em fazer seu nome em cima das ações normais do cargo. Como se o fato de tapar um buraco na rua ou pagar os salários em dia fosse uma ação de outro mundo e não uma obrigação inerente ao cargo.

Outra curiosidade é o fato de querer que todas as ações do governo sejam prontamente disponibilizadas nas redes sociais. De que adianta expor todas as discussões do governo se o mais importante que é a organização e funcionamento dos órgãos públicos não é feito? Para que tantos holofotes, tantas câmeras, tantas fotos. O povo não quer saber de foto, de jornal, de carro de som. O povo quer ir ao um posto de saúde e ser atendido, o povo quer ter acesso à medicação, o povo quer ter água na torneira, o povo quer ter acesso a educação de qualidade, o povo não quer ouvir falar. O POVO QUER TRABALHO.

Sigamos o exemplo do Rio de Janeiro e sejamos apenas soldados de um exército que luta em defesa dos direitos do povo. Se isso acontecer de fato, todos os meios de comunicação farão questão de registrar porque nesse caso as “exceções fazem a regra”.

Por: L. Gonçalo.

REFERÊNCIA:



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Coluna do dia 06 de abril de 2013.



Foto: Fábio Carvalho


QUEM DISSE QUE POP ROCK NÃO É CULT



Ontem, dia 05 de abril de 2013 recebi uns convites para ver o espetáculo Thriller Live. Confesso que fui com meu senso crítico afiado, mas para minha surpresa vi um espetáculo digno da Broadway. O show co-produzido no Brasil por Luciano Szafir manteve a estrutura original feita na montagem de Londres e contou com um elenco misto composto por cantores da turnê mundial e dois solistas brasileiros. Thriller Live é um musical de verdade, com cantores e banda ao vivo.



 Foto: Fábio Carvalho

A ideia do espetáculo surgiu do show “The anual Michael Jackson Celebration” de Adrian Grant e é uma celebração da história do maior ídolo pop do planeta. O álbum Thriller atingiu a vendagem de mais de 750 milhões de cópias e o espetáculo, de mesmo nome, já foi visto por mais de 2 milhões de pessoas e foi ovacionado por plateias da Europa e Ásia.

Até o momento Thriller Live ganhou o prêmio internacional Revelação Musical e Melhor Coreografia. Este resultado só revela a qualidade do espetáculo que leva o espectador a viajar pelas décadas e ver a evolução da música de Michael Jackson.

O que posso dizer é que o espetáculo cumpre seu objetivo que é celebrar o maior ídolo pop do planeta com um espetáculo que transporta o público para uma década em que a música e a criatividade eram notórias e onde não havia espaço para o "Tche tchererê e leque-leques". Enfim, um show atemporal e digno da família brasileira com cenário, seleção musical, figurino, iluminação e coreografia impecável.

Por isso, não posso esquecer de homenagear todas as pessoas que compõe a equipe desse espetáculo através dos nomes dos principais realizadores do evento:

Produção Executiva: Kika Cabrera
Co-Produtor: Luciana Szafir
Diretor de Produção: Ricco Antony
Produtor Geral: Edson Cabrera Júnior
Concepção de Maquiagem: Fabiana Gomes
Figurinista do Elenco Brasileiro: Jô Resende





Por: L. Gonçalo




Para os curiosos deixo um vídeo do espetáculo:



Vídeo: Fábio Carvalho



Para aqueles que resolverem conferir pessoalmente vale a pena acessar os sites:

http://thrillerlivebrasil.uol.com.br/
http://premier.ticketsforfun.com.br/shows/show.aspx?sh=THRILLER

Um comentário:

  1. Na verdade...nós cariocas não sabemos o nome de ninguém do governo. Não lembramos nem quem votamos para vereador, deputador federal e estadual! Quanto mais lembrar o nome do sub-prefeito! A verdade é que a gente nem sabe o que a sub-prefeitura faz.
    Essa é a triste realidade.

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