Andrea Marques Sotero, pesquisadora de Nutrição da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), pesquisou, em 2013, as principais
razões para inclusão de alimentos industrializados na dieta de crianças
lactentes e descobriu que a vida moderna e a mídia influenciam muito nesse
processo.
Segundo a pesquisadora, a alimentação da criança, nos
primeiros dois anos de vida, ajuda a definir hábitos futuros e influencia na
constituição física do recém-nascido, daí a importância de uma alimentação
balanceada e saudável na complementação à amamentação. Mas o pouco tempo para
preparar alimentos saudáveis, o baixo preço dos alimentos processados, a falta
de aconselhamento profissional e a grande influência da mídia acabam
influenciando as mães a incluir alimentos industrializados precocemente na
dieta das crianças ainda em desenvolvimento. (WALLERSTEIN, 2014)
Andréa fez um estudo de caso com 202 mães da cidade de
Maceió, em Alagoas, que foram divididas em dois grupos: o primeiro composto por
103 mães de baixo nível socioeconômico que frequentavam uma Unidade Básica de Saúde;
o segundo constituído por 99 mães que levaram seus filhos a dois consultórios
particulares de pediatria. Todas as mães observadas tinham aparelho de TV em
casa. A metodologia consistia na aplicação um questionário com informações de
caráter demográfico e socioeconômico e até perguntas sobre tempo de uso da
televisão, hábitos alimentares da criança e a opinião das mães sobre alimentos
industrializados. A pesquisa revelou que
as mães do segundo grupo, de condição financeira mais estável, tiveram melhor
apoio para amamentação e introdução de novos alimentos à criança. As mulheres
do primeiro grupo tinham menos acompanhamento de um profissional de saúde, assistiam
à televisão por maior período, faziam muitas refeições em frente a TV e
utilizavam maior número de produtos industrializados para as crianças. (IDEM, 2014)
A pesquisa revelou um relação direta entre tempo de exposição
a TV e alimentação processada, ou seja, a mídia influencia nas escolhas
alimentares das pessoas que não tem um acompanhamento especializado para a
introdução de uma alimentação saudável. A propagandas televisivas que valorizam
alimentos ricos em açúcar simples, sal e gorduras saturadas têm motivado as
famílias a comprarem mais produtos industrializados e também a reduzirem o
consumo dos produtos naturais, como frutas, legumes e verduras. Um padrão
dietético que leva a maior recorrência de casos de obesidade e outras doenças
crônicas como diabetes, dislipidemias (excesso de gordura no sangue),
hipertensão arterial, entre outras, em idades cada vez mais precoces.
Mesmo sendo um estudo de caso a referida pesquisa revela a influencia da comunicação e das mídias na vida das ´pessoas e demonstra a necessidade de um programa de nutrição público para novas gerações. Se quiser mais informações sobre a pesquisa contate o Programa de
Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) através do telefone: (81) 2126 – 8463 ou fale
com Andréa Marques Sotero através do e-mail: marques.nutri@hotmail.com .
Por: L. Gonçalo.
REFERÊNCIAS:
WALLERSTEIN, Caio. Mídia pode influenciar negativamente na
alimentação de lactentes. In: ASCOM-UFPE. Disponível em: http://www.ufpe.br/agencia/index.php?option=com_content&view=article&id=49368:midia-pode-influenciar-negativamente-na-alimentacao-de-lactentes&catid=70&Itemid=72
. Publicado em: 10/04/14. Acesso em: 21/04/14.
Foto:www.gestaodelogisticahospitalar.blospot.com
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