Coluna do Mês de junho
Vendo como alguns
amigos se preocupam em tratar seu filhos como “príncipes e “princesas” lembrei
de um casal agricultores que moram na cidade de Remígio-Pb, que criaram suas duas filhas com menos de um
salário mínimo e mesmo com toda dificuldade social e econômica enfrentada tem uma filha fazendo graduação e a outra fazendo doutorado numa universidade
federal.
Difícil ver dois agricultores, que não tiveram a oportunidade de estudar, criarem suas filhas apenas estudando e sem trabalhar na roça ou em casa de família numa cidade do semi-árido onde filho de pobre começa a trabalhar ainda na infância e deixa de estudar. Mas para o Sr. Domingos e sua esposa, D. Maria, essa sina não aconteceria com suas filhas porque eles iriam trabalhar arduamente para dar-lhes o direito de escolher uma
profissão e uma vida menos sofrida que a deles. Para isso, eles trabalharam colheita após colheita, vendendo seus bichos (galinhas e
porcos) quando a situação apertava para garantir o material escolar e os itens
essenciais a formação de Cristina e Vitória. O resultado dessa luta
foram duas meninas muito educadas, éticas e batalhadoras que conseguiram chegar
a universidade federal, mesmo estudando em escola pública, e que ultrapassaram
os anseios de seus pais sonhadores, porque Cristina já se formou, se pós-graduou e
hoje é doutoranda na Universidade Federal da Paraíba.
Depois de uma história como essa, como explicar o
posicionamento dos país de hoje, que se preocupam em dar tudo que os filhos
querem, e o posicionamento de pais como Sr. Domingos e Maria, que se preocupam em
dar tudo aquilo que seus filhos precisam para se tornar pessoas éticas e independentes?
Como pessoas simples, que tiveram pouca educação formal, conseguem perceber a
importância da formação do ser e pessoas que estudaram só enxergam a
superficialidade do ter? É uma questão para anos de análise, mas que pode começar
a ser discutida a partir de uma frase: “a sabedoria é uma aptidão que independe
da formação, mas que está diretamente ligada ao caráter”.
Nesses tempos de
filhos que viram príncipes, mesmo sem ser da realeza, que ganham, sem o menor
esforço, tudo aquilo que a televisão diz que eles precisam ter e que em vez de
aniversários anuais tem “mesversários”..., enfim, nesses tempos que crianças
interrompem os adultos sem serem recriminados e mandam em seus pais, exemplos como o de Sr. Domingos e Maria devem ser divulgados na esperança de despertar uma fagulha de prudência para acender a chama da responsabilidade dos
país de hoje para com as gerações futuras. Como se diz no Facebook, fica a dica!
Por: L. Gonçalo.
Foto: Vitória Lima
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