Dizem que uma mentira
repetida milhares vezes se torna verdade. Com meio ambiente esse tipo de coisa
infelizmente também é comum. E se tornou até slogan para um segmento de mercado
que fabrica e vende produtos “ecológicos”. Por isso resolvi esclarecer algumas
coisas sobre as garrafas PET.
É muito comum a utilização
da garrafa PET para construção de viveiros, confecção de brinquedos,
utensílios, bijuterias e móveis. Também é comum o uso da garrafa PET como matéria prima para outros produtos como roupas, bolsas, tecidos e essa utilização é comumente denominada de
reciclagem. O uso de uma garrafa PET velha no seu quintal
ou em forma de roupa não é reciclagem. Reciclagem é a transformação de uma garrafa PET velha em uma garrafa nova, como é feito com as garrafas de vidro. Só assim
o uso da matéria prima, o petróleo, e o gasto de energia estarão reduzidos. Parece
chocante não é?
Na
prática a industria não transforma uma garrafa PET velha numa nova, ela transforma uma garrafa velha num outro produto. Em vez de Recycling (reciclar) a indústria “Downcycling” (recupera e transforma), ou seja, faz um processo de recuperação de um material para
reuso num produto com menor valor. Nesse processo a integridade do material fica comprometida pelo processo de recuperação”. (QUARTIM, 2011)
Ao contrário do
vidro, a garrafa PET não pode ser reutilizada na linha de produção original e seu
processo de reciclagem é caro e complicado. Por isso a indústria de embalagens
prefere utilizar matéria prima nova para seus produtos e para diminuir os
impactos criaram produtos cuja matéria prima é o PET.
Dito isto, não é adequado dizer que comprar camisas de PET ou reutilizar as embalagens
é uma atitude 100% sustentável porque continua incentivando a indústria do
plástico e do petróleo. Uma ação sustentável é sistêmica e compreende todo o
ciclo produtivo, que no caso da garrafa PET deve incluir a redução
significativa do consumo do produto, a destinação adequada para a reciclagem, a
adoção de novos hábitos alimentares que privilegiem produtos naturais e não
industrializados, a redução no consumo de água e energia elétrica e a adoção de
uma medida mitigatória (reparadora) de longo prazo, como a contribuição
para um projeto de despoluição ou de reflorestamento. Só englobando todo o
ciclo produtivo que envolve retirada de matéria prima, uso de energia e água,
consumo, educação e reparação do dano causado é que poderemos dizer que estamos
tomando medidas sustentáveis.
Moral da história: Mesmo movimentando um mercado imenso, a garrafa PET ainda é muito impactante e é inferior ao vidro, que além de armazenar com segurança os alimentos pode ser reutilizado
centenas de vezes e reciclado sem fim.
Por: L. Gonçalo.
REFERÊNCIA:
ECO&AÇÃO,
Instituto. A armadilha do PET. Publicado originalmente em: Ecodebate. Disponível em: http://ecoeacao2012.blogspot.com.br/2014/02/a-armadilha-do-pet.html
. Publicado em: 11/02/14. Acesso em: 11/02/14.
QUARTIM, Elisa. Recycling,
Downcycling e Upcycling. Disponível em: Embalagem. http://embalagemsustentavel.com.br/tag/downcycling/.
Publicado em: 17/02/11. Acesso em: 11/02/14.
Foto: EcoDebate
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