quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

ATERRO SANITÁRIO DE OITO MESES DE VIDA FICA LOTADO E CAUSA ACÚMULO DE 20 MIL TONELADAS DE ENTULHO EM SUMARÉ





Aterro municipal de Sumaré(SP), inaugurado em abril do ano passado, atingiu a capacidade máxima de resíduos em apenas oito meses e o resultado foi a paralisação temporária da coleta.  Com uma área de 12 mil metros quadrados e uma limitação prevista de esgotamento estimada em 60 mil toneladas, o espaço teve um esgotamento “relâmpago”. O resultado um acúmulo de 20 mil toneladas de resíduos descartados irregularmente,  considerados "entulho",  que serão destinados para o aterro da cidade de Paulínia(SP). A Prefeitura de Sumaré está aguardando a liberação de operação da Companhia Ambiental do estado de São Paulo (Cetesb)  para o funcionamento de novos aterros em até 90 dias com capacidade de quatro anos de acomodação de lixo.  (G1, 2014)

Desde meados do ano passado venho chamando a atenção das prefeituras de cidades pequenas relativo aos trâmites legais e especificidades técnicas para a construção dos aterros sanitários e cumprimento adequado  da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Fui criticada e acusada de fazer campanha contra os aterros sanitários, o que é MENTIRA. Mas o incidente ocorrido em Sumaré(SP) revela a complexidade da questão e mostra a importância dos aspectos técnicos e legais que destaquei.

Como falei, em 2013, os aterros sanitários são uma solução viável para a destinação de resíduos sólidos, mas eles não são mágicos, nem isentos de impactos ambientais. Além disso, os custos de construção, acomodação e manutenção dos aterros são altíssimos e é preciso considerar um terreno que atenda a legislação e tenha grande capacidade de carga para evitar incidentes como os de Sumaré.

De que adianta construir um aterro sanitário sem um estudo prévio adequado que viabilize sua utilização por um longo período? Será que a construção de três novos aterros com capacidade de qautro anos de funcionamento resolverá o problema de coleta e destinação de resíduos sólidos  de Sumaré? A resposta é não!

Imagina nos estados nordestinos onde as prefeituras irão construir aterros consorciados...Se o processo de pesquisa, zoneamento, análise, construção,licenciamento, acomodação dos resíduos e manutenção não forem feitos de forma adequada; para onde irão os resíduos sólidos dessas cidades? Será que esses municípios terão tempo, equipe especializada e novas áreas a disposição para novos aterros relâmpagos ou o lixo será varrido para debaixo do tapete? 


Por: L. Gonçalo.


REFERÊNCIA:

G1, Campinas. Aterro lotado causa acúmulo de 20 mil toneladas de entulho em Sumaré. Disponível em: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2014/01/aterro-lotado-causa-acumulo-de-20-mil-toneladas-de-entulho-em-sumare.html . Publicado em: 09/01/14. Acesso em: 09/01/14.


Foto: Reprodução EPTV

Nenhum comentário:

Postar um comentário