Aterro municipal de
Sumaré(SP), inaugurado em abril do ano passado, atingiu a capacidade máxima de
resíduos em apenas oito meses e o resultado foi a paralisação temporária da
coleta. Com uma área de 12 mil metros quadrados e uma
limitação prevista de esgotamento estimada em 60 mil toneladas, o espaço teve
um esgotamento “relâmpago”. O resultado um acúmulo de 20 mil toneladas de resíduos descartados irregularmente, considerados "entulho", que serão destinados para o aterro da cidade de Paulínia(SP). A Prefeitura de Sumaré está aguardando a liberação de
operação da Companhia Ambiental do estado de São Paulo (Cetesb) para o funcionamento de novos aterros em até
90 dias com capacidade de quatro anos de acomodação de lixo. (G1, 2014)
Desde meados do ano
passado venho chamando a atenção das prefeituras de cidades pequenas relativo aos trâmites
legais e especificidades técnicas para a construção dos aterros sanitários e cumprimento adequado da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Fui
criticada e acusada de fazer campanha contra os aterros sanitários, o que é
MENTIRA. Mas o incidente ocorrido em Sumaré(SP) revela a complexidade da
questão e mostra a importância dos aspectos técnicos e legais que destaquei.
Como falei, em 2013,
os aterros sanitários são uma solução viável para a destinação de resíduos
sólidos, mas eles não são mágicos, nem isentos de impactos ambientais. Além
disso, os custos de construção, acomodação e manutenção dos aterros são
altíssimos e é preciso considerar um terreno que atenda a legislação e tenha grande
capacidade de carga para evitar incidentes como os de Sumaré.
De que adianta
construir um aterro sanitário sem um estudo prévio adequado que viabilize sua
utilização por um longo período? Será que a construção de três novos aterros
com capacidade de qautro anos de funcionamento resolverá o problema de coleta e
destinação de resíduos sólidos de Sumaré? A resposta é não!
Imagina nos estados
nordestinos onde as prefeituras irão construir aterros consorciados...Se o
processo de pesquisa, zoneamento, análise, construção,licenciamento, acomodação
dos resíduos e manutenção não forem feitos de forma adequada; para onde irão os
resíduos sólidos dessas cidades? Será que esses municípios terão tempo, equipe
especializada e novas áreas a disposição para novos aterros relâmpagos ou o
lixo será varrido para debaixo do tapete?
Por: L. Gonçalo.
REFERÊNCIA:
G1, Campinas. Aterro
lotado causa acúmulo de 20 mil toneladas de entulho em Sumaré. Disponível em: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2014/01/aterro-lotado-causa-acumulo-de-20-mil-toneladas-de-entulho-em-sumare.html
. Publicado em: 09/01/14. Acesso em: 09/01/14.
Foto: Reprodução EPTV
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