A maioria das pessoas não tem consciência que suas escolhas como consumidor determinam mundo que vivemos. O fato é que o surgimento de empresas, produtos e serviços são patrocinados por nós. Quer ver? Faça um teste: 1°) Faça uma lista de valores e princípios que considera importantes na sua vida (família, vizinhança, cidade); 2°)Observe as marcas que estão na sua casa (cosméticos, roupas, sapatos, alimentos, remédios, eletrodomésticos, móveis e acessórios de decoração, equipamentos eletrônicos, brinquedos, têxteis etc), e ; 3º) Veja se suas compras refletem o mundo que você quer para você e para as futuras gerações.
Essa simples
observação pode revelar uma discordância imensa entre aquilo que queremos
e aquilo que realmente fazemos. “ Se
realmente queremos um planeta mais saudável, com terra boa para plantar e água
pura para beber, por que ainda compramos comida contaminada com agrotóxicos?
Por que simplesmente não recusamos os produtos transgênicos?” (Capello, 2013, p. 1)
A reflexão levantada
por Capello (2013) é muito importante porque nos obriga a admitir nossas
posturas destrutivas e pensar num futuro mais equilibrado. Você pode pensar que
isso é um exagero, mas a vida é um ciclo onde tudo está conectado, por exemplo
a escolha por bebidas gaseificadas e altamente açucaradas são nocivas a Terra e
as pessoas, todos sabem disso, mas ao consumi-las estamos apoiando toda a cadeia produtiva que cria mais
obesidade, dependência, seduções sem fim em comerciais de tevê e impactos
socioambientais.
Nesse Planeta interligado
e informativo não cabe mais o consumo
impulsivo ou supérfluo. É preciso ir além e considerar a qualidade do produto,
sua durabilidade, o processo de fabricação, os impactos ambientais, o respeito
aos direitos trabalhistas dos funcionários e a destinação final do produto.
Trata-se de uma
questão lógica, se não queremos um mundo contaminado de lixo eletrônico então
não troque de celular a cada três meses. Se quer ver os rios de sua cidade
limpos então use produtos de higiene e limpeza biodegradáveis e destine seu
esgoto para tratamento. Se quer melhorar sua saúde deixe de comer produtos industrializados e
faça comida caseira rica em legumes e frutas. Se está preocupado com a
contaminação por agrotóxicos então valorize a agricultura familiar e coma
orgânicos.
Agora se a desculpa
for a falta de transparência nos processos produtivos então lute por isso porque simplesmente
consumir por “desconhecimento ” não é
desculpa. Há 14 anos me abstive de
produtos pouco saudáveis como
refrigerante, açúcar, adoçante, frituras, biscoitos recheados, comida
congelada, fast food e optei por comprar frutas e verduras em feiras
agroecológicas, cosméticos de empresas
nacionais que apoiam projetos socioambientais (como Natura e Boticário), produtos de limpeza
biodegradáveis, sapatos e bolsas de empresas que valorizam seus funcionários e
que tem ações socioambientais (Azaléia) e roupas, apenas quando necessário, de
empresas brasileiras legalizadas evitando grandes polos têxteis que utilizam
mão de obra escrava.
Não fiz muita coisa e
sei que preciso melhorar muito. O que estou querendo dizer é
que o desejo de um mundo melhor e mais
justo está nas nossas mãos. Mas para que ele seja real é preciso estar atento, questionar, pedir mais detalhes, refletir e
evitar a ilusão da felicidade pelo consumo.
Se a lei do mercado se baseia na oferta e na procura cabe aos
consumidores pressionar os empresários e prestadores de serviço com leis mais
rigorosas e mercado mais exigente para que possamos um dia usufruir da
verdadeira felicidade, que é saúde, bem estar, qualidade de vida, liberdade,
água limpa, áreas verdes, ar puro, amigos e comida orgânica.
Por: L. Gonçalo.
REFERÊNCIA:
Capello, Giuliana.
Que mundo você apoia com suas compras? In: Planeta Sustentável. Disponível em: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/gaiatos-e-gaianos/que-mundo-voce-apoia-com-suas-compras/.
Publicado em: 22/10/2013. Acesso em: 23/10/2013.
Foto: L. Gonçalo (1a Publicação)
Foto: L. Gonçalo (1a Publicação)
A ideia de logística reversa dos produtos, cabendo responsabilidades mútuas entre consumidor e empresa bem que poderia ser mais executada nesse país.
ResponderExcluirParabéns pelo artigo.