Enquanto São Paulo
ainda está pensando se vai racionar ou não a água as vésperas
da Copa do Mundo, no continente mais seco do mundo, a noção de que é preciso
gerir a água para o futuro é uma realidade há décadas. Na cidade australiana de
Perth, para suprir o déficit de 50% a menos de vazão desde a década de 70, a
política hídrica é a dessalinização e agora a reciclagem de “águas residuais”(oriundas
dos ralos de chuveiros, pias e máquinas de lavar). Desde março de 2013 a Water
Corporation, empresa que abastece Perth, informou que 3,5 bilhões de litros de
água altamente tratada e purificada foram reinjetados nos aquíferos mais
profundos da região, onde ficará estocada para uso futuro. A meta é reciclar e
reinjetar 7 bilhões de litros por ano, com possibilidade de expansão para 28
bilhões de litros. (ECO&AÇÃO, 2014)
O processo de
reciclagem envolve ultrafiltragem, osmose reversa e exposição a raios
ultravioleta o que garante uma água limpa que poderia ser distribuída direto para a tubulação, mas a reinjeção
nos aquíferos para filtragem natural é feita apenas para garantir uma melhor aceitação da população, que tem um pouco de resistência para beber água que já foi usada e descartada.(IDEM, 2014)
Apesar de ser uma
ideia interessante ela ainda enfrenta resistência em função do gasto com o processo de filtragem e porque os ambientalistas preferem a opção de captação de água de
chuva para consumo próprio. Mas é importante frisar que independente da alternativa
a Austrália está se esforçando para introduzir novos métodos de uso dos
recursos naturais enquanto São Paulo sequer tem a humildade, que todas as
cidades do semiárido e do sertão nordestino tem, de racionar um recurso
indispensável e valiosíssimo. A pergunta que não pode calar é: por que a maior metrópole do país não pode
racionar água e os nordestinos podem?
Por: L. Gonçalo.
REFERÊNCIAS:
ECO&AÇÃO,
Instituto. Vale até reciclar esgoto. Publicado originalmente em: Mercado Ético.
Disponível em: http://ecoeacao2012.blogspot.com.br/2014/05/vale-ate-reciclar-esgoto.html
. Publicado em: 16/05/14. Acesso em: 18/05/14.
Fonte: Mercado Ético
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