AUMENTO DE LIXO NOS RIOS CRESCE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
No início do mês O Rio de Janeiro sofreu com as fortes chuvas e praticamente parou. Bairros foram inundados,
estradas bloqueadas, metrô paralisado, famílias desabrigadas. Um enredo muito
conhecido pelo povo carioca e fluminense. Mas o vilão dessa história não são as
chuvas ou o clima são as pessoas.
O problema das enchentes e deslizamentos são resultado da vista grossa de
prefeitos à ocupação irregular das beiras dos rios e topos de morros (Áreas de
Preservação Permanentes – APP, cuja ocupação e construção é proibida), da ausência de um
sistema adequado de coleta de lixo, da falta de educação da população, da
morosidade na liberação de verbas para obras de engenharia e da inexistência de
sistemas de drenagem. Essa é a receita do caos provocado por chuvas na Região
Metropolitana do Rio nos últimos anos. (GLOBO, 2013)
Não bastasse tudo isso, depois que as águas
baixaram a paisagem das ruas foi substituída por montanhas de lixo, resultado
do hábito popular de “rebolar o lixo no rio”, ou seja, em vez de aguardar a
coleta e depositar os resíduos para destinação adequada, a
população prefere deixar o material em qualquer lugar e a qualquer hora ou
simplesmente jogar nos rios.
Um estudo da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente sobre o trabalho do programa Guardiões dos Rios
revelou um aumento expressivo da quantidade de lixo retirada de 24 rios e
canais da capital, um crescimento equivalente a cerca de 45% de um ano para
outro. Muitos rios tiveram um índice ainda maior, na Bacia da Guanabara o Rio
Papa Couve teve um aumento de 124%, o Rio Jacaré de 181%, seguido pelo Rio Tubiacanga com 81% e Bacia Oceânica, na Zona Oeste, foi registrado um aumento de 71% com
destaque para o Rio das Pedras com 303%) e para o canal das Taxas com 257,16%. Somente cinco dos 22 rios e canais nas duas bacias
registraram queda no volume de lixo recolhido, estatística repetida na Bacia de
Sepetiba. (ECO&AÇÃO, 2013)
O programa Guardião
dos Rios é uma excelente forma de medir a poluição das bacias fluviais da cidade
e de mobilizar a população do entorno das mesmas, já que usa mão de obra local que são capacitadas e empregadas no projeto.
Mas enquanto a legislação
ambiental não for cumprida, as margens dos rios recuperadas, o sistema de
coleta de lixo e esgoto estabelecido e a população educada para respeitar o
ambiente, a região metropolitana do Rio seguirá reprisando
um enredo cruel onde o “fator climático” é apenas coadjuvante.
Por: L. Gonçalo.
REFERÊNCIAS:
ECO&AÇÃO. RJ:
lixo recolhido em rios da capital fluminense aumenta 45% em 2013. In: Agência
Brasil. Disponível em:http://ecoeacao2012.blogspot.com.br/2013/12/rj-lixo-recolhido-em-rios-da-capital.html
. Publicado em: 26/12/13. Acesso em 27/12/13.
GLLOBO, O. Enchentes
no Rio: cenas de um filme que teima em se repetir. Disponível em: http://oglobo.globo.com/rio/enchentes-no-rio-cenas-de-um-filme-que-teima-em-se-repetir-11056632
. Publicado em: 13/12/13. Acesso em: 26/12/13.
Foto: Agência Brasil.
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