sábado, 28 de dezembro de 2013

RJ APRESENTA AUMENTO DE 45% DE LIXO NOS RIOS


AUMENTO DE LIXO NOS RIOS CRESCE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO



No início do mês O Rio de Janeiro sofreu com as fortes chuvas e praticamente parou. Bairros foram inundados, estradas bloqueadas, metrô paralisado, famílias desabrigadas. Um enredo muito conhecido pelo povo carioca e fluminense. Mas o vilão dessa história não são as chuvas ou o clima são as pessoas.

O problema das enchentes e deslizamentos são resultado da vista grossa de prefeitos à ocupação irregular das beiras dos rios e topos de morros (Áreas de Preservação Permanentes – APP, cuja ocupação e construção é proibida), da ausência de um sistema adequado de coleta de lixo, da falta de educação da população, da morosidade na liberação de verbas para obras de engenharia e da inexistência de sistemas de drenagem. Essa é a receita do caos provocado por chuvas na Região Metropolitana do Rio nos últimos anos. (GLOBO, 2013)

Não bastasse tudo isso, depois que as águas baixaram a paisagem das ruas foi substituída por montanhas de lixo, resultado do hábito popular de “rebolar o lixo no rio”, ou seja, em vez de aguardar a coleta e depositar os resíduos para destinação adequada, a população prefere deixar o material em qualquer lugar e a qualquer hora ou simplesmente jogar nos rios.

Um estudo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente sobre o trabalho do programa Guardiões dos Rios revelou um aumento expressivo da quantidade de lixo retirada de 24 rios e canais da capital, um crescimento equivalente a cerca de 45% de um ano para outro. Muitos rios tiveram um índice ainda maior, na Bacia da Guanabara o Rio Papa Couve  teve um aumento de 124%, o Rio Jacaré de 181%, seguido pelo Rio Tubiacanga com 81% e Bacia Oceânica, na Zona Oeste, foi registrado um aumento  de 71% com destaque para  o Rio das Pedras com 303%) e para o canal das Taxas com 257,16%. Somente cinco dos 22 rios e canais nas duas bacias registraram queda no volume de lixo recolhido, estatística repetida na Bacia de Sepetiba. (ECO&AÇÃO, 2013)

O programa Guardião dos Rios é uma excelente forma de medir a poluição das bacias fluviais da cidade e de mobilizar a população do entorno das mesmas, já que usa mão de obra local que são capacitadas e empregadas no projeto.

Mas enquanto a legislação ambiental não for cumprida, as margens dos rios recuperadas, o sistema de coleta de lixo e esgoto estabelecido e a população educada para respeitar o ambiente, a região metropolitana do Rio seguirá reprisando um enredo cruel onde o “fator climático” é apenas coadjuvante.

Por: L. Gonçalo.


REFERÊNCIAS:

ECO&AÇÃO. RJ: lixo recolhido em rios da capital fluminense aumenta 45% em 2013. In: Agência Brasil. Disponível em:http://ecoeacao2012.blogspot.com.br/2013/12/rj-lixo-recolhido-em-rios-da-capital.html . Publicado em: 26/12/13. Acesso em 27/12/13.

GLLOBO, O. Enchentes no Rio: cenas de um filme que teima em se repetir. Disponível em: http://oglobo.globo.com/rio/enchentes-no-rio-cenas-de-um-filme-que-teima-em-se-repetir-11056632 . Publicado em: 13/12/13. Acesso em: 26/12/13.


Foto: Agência Brasil.

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