quinta-feira, 7 de novembro de 2013

AGÊNCIA ANUNCIA RETIRADA DE URÂNIO DA USINA DE FUKUSHIMA


NOVELA FUKUSHIMA: A RETIRADA DO URÂNIO DO REATOR 4


A Agência de Notícias Japonesa Kyodo/Reuters divulgou fotos que mostram o interior do reator quatro da usina de Fukushima. A piscina do reator quatro contém 1.331 elementos combustíveis que já haviam sofrido irradiação (passaram pelo núcleo do reator e participaram do processo de geração de energia) e outros 204 novos que não foram usados. (G1-SP, 2013)

Desde o terremoto e tsunami de 2011 o Japão vem discutindo estratégias para conter a radiação e descontaminar área da Usina de Fukushima. A retirada do material radioativo faz parte do processo de limpeza da usina e é uma etapa importante, mas que requer cuidados imprescindíveis para evitar riscos. As pastilhas de urânio são colocadas em tubos revestidos de zircônio e armazenadas, separadamente, em piscinas cheias de água para diminuir os níveis radioativos desses elementos e reduzir sua temperatura. (TEPCO APUDE G1-SP, 2013) Trata-se de uma operação difícil e necessária para baixar os níveis de radiação naquela região, afinal o acidente forçou o deslocamento de milhares de pessoas que viviam entorno da usina e afetou a pesca, a agricultura e a pecuária locais.

Apesar da magnitude do terremoto, o Complexo Nuclear de Fukushima só entrou em colapso por causa do corte das linhas de energia que mantinham ligado o sistema de refrigeração dos reatores nucleares. Foi um acidente em cadeia, o tremores cortaram a energia, o segundo sistema que era acionado por geradores a diesel foram afetados pela água do mar trazida no tsunami e os reatores que estavam em funcionamento pararam de ser resfriados. Em seguida ocorreram as explosões nos reatores que consumiram 55% do núcleo do reator um, 35% do reator dois  e 30% do reator três. O reator 4 não estava em funcionamento  no dia do acidente e por isso não sofreu explosões mas, dentro dele estavam armazenados os elementos combustíveis que serão retirados nessa etapa.

O processo de retirada desses elementos pode começar esse mês e deve ser feita com muita cautela porque durante o processo de limpeza as barras de urânio não podem ser colocadas muito próximas umas das outras. Neste caso, ocorreria a formação de uma massa crítica (acúmulo de urânio em determinado espaço) dando início a uma reação em cadeia de fissão nuclear (quebra do núcleo de um átomo em dois outros menores). Apesar da operação ser dificílima, a probabilidade de ocorrer uma reação em cadeia é muito pequena. (G1-SP, 2013)

O calendário proposto pela Tokio Eletric Power (Tepco) e governo do Japão prevê a retirada dos elementos do reator quatro até o final de 2013 e a desmontagem total do complexo de Fukushima e descontaminação do solo até meados de 2051

Como se vê o processo de descontaminação é lento e perigoso e mesmo assim os países resistem as matrizes energéticas limpas. Esse é o preço que o Japão irá pagar.

Por: L. Gonçalo.

REFERÊNCIA:

G1-SP. Fotos mostram material radioativo que será removido de Fukushima. Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/fotos-mostram-material-radioativo-que-sera-removido-de-fukushima.html. Publicado em: 06/11/13. Acesso em: 06/11/13.

Foto: Kyodo/Reuters


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