segunda-feira, 8 de julho de 2013

POR QUE O BRASIL QUER DESTINAR SEU LIXO PARA ATERROS SANITÁRIOS?

Foto:www.caixasdigital.com.br

QUAL A DIFERENÇA ENTRE LIXÃO E ATERRO SANITÁRIO?



A partir de agosto todos os municípios brasileiros entrarão na corrida para cumprir o prazo, estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), de fechamento dos lixões. Algumas cidades já se anteciparam e estão destinando seus resíduos para aterros e investindo na coleta seletiva e na reciclagem. Mesmo assim quase 24 milhões toneladas/ano de resíduos são despejadas em condições impróprias, o que mostra que será impossível cumprir a legislação na data prevista.  (GIRARDI, 2013)

Em agosto de 2014, os municípios brasileiros que não destinarem seu lixo para aterros sanitários serão enquadrados na Lei de Crimes Ambientais. Esse tema é muito comum, mas não deixa claro um pequeno detalhe qual a diferença entre lixão e aterro? E por que essa mudança é tão significativa?

Lixão é um espaço, geralmente a céu aberto, que não recebeu qualquer tipo de controle para o depósito de resíduos. É um terreno onde se amontoa  todos os resíduos sem nenhum tipo de separação. O problema é que o lixo gera gases e resíduos que contaminam o solo, o lençol freático e todo o ambiente do entorno. Algumas cidades como João Pessoa, fizeram adaptações no lixão e destinam seus resíduos para um Aterro Controlado, que é um antigo lixão que sofreu adaptações para a captação de parte dos gases e do chorume produzido, mas que não garante 100% de eficiência e de segurança.


Foto: Lixão de www.noticiasuol.com.br
Foto: Aterro Controlado de www.caixasdigital.com.br

Já o Aterro Sanitário é um espaço construído para receber resíduos sólidos e que obedece critérios nacionais e internacionais para garantir a segurança ambiental da área utilizada. Um Aterro Sanitário deve ter camadas impermeáveis de polietileno de alta densidade (P.E.A.D) e camadas de solo compactado (geralmente argila de alta densidade)  com um sistema de drenagem de efluentes líquidos percolados (chorume) para evitar o vazamento de material líquido para o solo e  evitar a contaminação de lençóis freáticos. O aterro deve possuir um sistema de drenagem de gases que possibilite a coleta do biogás e um sistema de drenagem e armazenamento do chorume produzido, que deve ser tratado e/ou reinserido ao aterro diminuindo o impacto ao meio ambiente. Além desses sistemas, todo aterro sanitário tem um sistema de monitoramento ambiental (topográfico e hidrogeológico) e possui uma cobertura que impede a infiltração de águas de chuva para o interior do aterro. (WIKIPEDIA, 2013)

 Foto: Aterro Sanitário de Nova Iguaçu-RJ de www.faperj.br


Foto: Estrutura do Aterro Sanitário de Nova Iguaçu-RJ de www.recicloteca.org.br

Como se vê um Aterro Sanitário é um espaço construído especificamente para receber resíduos sólidos e projetado para não contaminar o ambiente. Mesmo assim ele não é a solução de todos os problemas porque produz impactos ambientais, tem capacidade de armazenamento definida e prazo de validade. E como os resíduos levam centenas de anos para se decompor, quando o limite de capacidade de armazenagem é atingido, o aterro fica num processo de monitoramento específico e não pode ser utilizado para a construção de bairros ou condomínios, nem para a produção de alimentos.

O custo para a destinação de resíduo em aterro sanitário é caro por isso a importância da redução do volume de lixo e da reciclagem. A determinação da PNRS  na erradicação dos lixões é uma resposta ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, previsto no Protocolo de Kioto, e uma boa alternativa para a minimização de impactos ambientais e diminuição de áreas contaminadas.


Por: L. Gonçalo.

REFERÊNCIAS:

GIRARDI, Giovana. 3 mil cidades jogam lixo em lugar errado. In: Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,3-mil-cidades--jogam-lixo-em-lugar-errado-,1036243,0.htm . Publicado em: 28/05/2013. Acesso em: 28/05/2013.

WIKIPEDIA. Aterro Sanitário. Disponível em:https://pt.wikipedia.org/wiki/Aterro_sanit%C3%A1rio. Acesso em 07/07/2013.

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2 comentários:

  1. muito interessante esta reportagem...

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    1. Obrigada Alexandre. Abordaremos mais detalhes desta questão em outras postagens. Nossa equipe agradece pele leitura e discussão do texto.

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