Em meio aos protestos nacionais a população já conseguiu a diminuição do preço das passagens, o arquivamento da PEC 37, do Projeto da Cura Gay e a aprovação dos Royalties do Petróleo para saúde e educação. Parece um sucesso, mas considerando o monte de projetos e emendas esdrúxulas propostas por nossos representantes é preciso ficar atento.
Um projeto desse "naipe" é o Estatuto
do Nascituro, popularmente conhecido como Bolsa Estupro, que prevê proteção
jurídica à criança ainda não nascida e garante assistência pré-natal e
acompanhamento psicológico a mulheres vítimas de estupro. O projeto dá
uma bolsa-auxílio de três meses a mulheres que engravidarem em decorrência de
estupro e optarem por não realizar o aborto e estabelece um benefício mensal no
valor de um salário mínimo as mães vítimas de estupro.
Segundo o site G1-BR, “O projeto estabelece como nascituro o ser que
já foi concebido, mas ainda não nasceu, e tipifica os crimes cometidos contra
ele.(...) Além de assegurar um benefício
as mães vítimas de aborto o projeto prevê pena de seis meses a um ano para o
indivíduo que referir-se ao nascituro com palavras depreciativas ou que fizer
apologia ao aborto. (2013, s/p)
Além de ser
esquisito o projeto é mal concebido e fere a constituição por não definir orçamento e
por legitimar e tipificar algo ilícito com a desculpa de assegurar os direitos dos nascituros. A justificativa da bancada
evangélica é estimular as vítimas de violência
sexual a ter o bebê caso fiquem grávidas.
A meu ver um projeto que se intitula em defesa da vida e que dá inclusive o direito de pensão alimentícia, caso o estuprador seja identificado, nega a autonomia das mulheres e as martiriza obrigando-as a viver com o fruto de uma violência desmedida e com as obrigatoriedades da paternidade, porque se o cara estuprou, foi localizado e paga a pensão, também tem direito de participar da educação, de fazer visitas regulares e de frequentar a vida social do filho.
A meu ver um projeto que se intitula em defesa da vida e que dá inclusive o direito de pensão alimentícia, caso o estuprador seja identificado, nega a autonomia das mulheres e as martiriza obrigando-as a viver com o fruto de uma violência desmedida e com as obrigatoriedades da paternidade, porque se o cara estuprou, foi localizado e paga a pensão, também tem direito de participar da educação, de fazer visitas regulares e de frequentar a vida social do filho.
O projeto é um retrocesso. Passamos anos para conseguir legalmente o direito de aborto em casos extremos e agora nossos representantes querem oferecer este tipo de coisa! Além da aberração da proposta cabe a pergunta quem vai garantir pré-natal e assistência psicológica de qualidade se nem temos acesso a saúde? Que tipo de apoio psicológico poderá apagar esse sofrimento da alma de uma mulher?
Apesar da viagem dos deputados que aprovaram em primeira instância o projeto, pelo menos ele não tira o direito de abortar em casos de estupro e em situações em que a vida da grávida seja colocada em risco.
Por: L. Gonçalo.
REFERÊNCIA:
G1-BR. Comissão
aprova projeto que garante bolsa-auxílio a vítimas de estupro. Disponível em: http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/06/comissao-aprova-texto-que-garante-pensao-vitimas-de-estupro.html.
Publicado em: 05/06/2013. Acesso em: 05/06/2013.
Foto: G1.globo.com
Foto: G1.globo.com
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