CISTERNAS DE
PLACAS SÃO SUBSTITUÍDAS POR POLIETILENO
O período de estiagem, popularmente chamado de seca, é um processo natural e típico de regiões semiáridas. O fim da seca não é uma solução viável do ponto de vista ambiental, mas a mitigação dos seus efeitos é possível e importante para a manutenção das pessoas no campo. Pensando no problema, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em parceria com a Associação Programa 1 Milhão de Cisternas (AP1MC) vem firmando convênios anuais com governos estaduais e municipais para a construção de cisternas de placas no semiárido nordestino.
A cisterna é uma tecnologia popular para armazenamento de água da chuva
através do telhado da casa. Um sistema simples
que supre a necessidade de água da população rural de baixa renda do
Semiárido brasileiro e que reduz o aparecimento de doenças em adultos e
crianças através do acesso a água potável de melhor qualidade.
O investimento para a construção de uma cisterna de placas fica em torno
de R$ 2.200,00 e tem a capacidade de armazenar 16 mil litros de água, o que
garante o abastecimento de uma família de cinco pessoas por até 8 meses. Para participar
do programa os estados e municípios devem se inscrever através de edital e as
famílias beneficiadas devem estar inscritas no Cadastro Único para Programas
Sociais e ter renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa. A seleção das famílias é realizada com a participação da sociedade civil,
a partir de um Conselho Municipal instituído ou de Comissão formada por
sindicatos, igrejas, movimentos sociais, pastorais, clubes de serviço,
entidades de classe e outros. (MDS, 2012)
Um projeto simples e eficaz que garante a manutenção das famílias no
campo mesmo em períodos de estiagem, mas que está sendo ameaçado por uma mudança de projeto. O fato é que o governo resolveu acelerar a instalação de cisternas substituindo as cisternas de cimento por reservatórios de plástico. Mas o que parecia uma evolução se tornou um problema.
O governo afirma que
o reservatório de plástico é de fácil manutenção e instalação. Mas algumas organizações não governamentais dizem que além de serem mais caras (R$ 5.000,00)
elas chegam prontas e não geram renda já que não são construídas pela
comunidade. O Ministério do Desenvolvimento
Social reconhece esse problema, mas defende as cisternas de plástico porque vão
garantir à escala de 750 mil cisternas até 2014.(G1-PE, 2013)
De fato a rapidez na
instalação das cisternas de plástico é evidente, mas o elas não foram
projetadas para suportar o peso das chuvas e as altas temperaturas do sertão. O
resultado é o afundamento da cisterna ou a deformação do equipamento e
necessidade de substituição do mesmo. A empresa que ganhou a concorrência para
fornecer as cisternas de polietileno para o governo afirma que os problemas foram
corrigidos e que já foram entregues mais de cinco mil cisternas até o momento. (IDEM,
2013)
Com a polêmica alguns
sindicatos rurais fizeram reuniões para debater a questão e em Soledade, na
Paraíba, a ONG ASA Paraíba ficou responsável por entregar um documento não aceitando as novas cisternas e se
comprometendo a buscar a parceria do Governo do Estado, ou do próprio
Ministério da Integração Nacional, para a construção das 113 cisternas de
placas na região. (ASPTA, 2013)
A grande questão é qual alternativa á mais viável para a garantir que mais famílias tenham acesso a esses reservatórios? Na minha opinião as cisternas de
plástico não são a melhor opção.
Por: L. Gonçalo.
REFERÊNCIAS:
FOTOS: ASPTA
ASPTA, Agricultura
familiar e Agroecologia. Pressão popular barra construção de Cisternas de
Plástico em Soledade na Paraíba. Disponível em:http://www.asabrasil.org.br/Portal/Informacoes.asp?COD_NOTICIA=7807.
Acesso em: 27/05/2013.
G1PE. Governo troca
cisternas de cimento por reservatórios de plástico. Disponível em:http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/03/governo-troca-cisternas-de-cimento-por-reservatorios-de-plastico.html
. Acesso em: 27/05/13.
MDs.Cisternas. Disponível
em:http://www.mds.gov.br/segurancaalimentar/acessoaagua/cisternas
. Publicado em: 21/03/12. Acesso em 27/05/13.
Apesar de mais prático e tornar mais acessível para diversas regiões, não é uma prática sustentável, acredito que a construção de cimento, acabaria saindo mais barata a longo prazo.
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