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VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER SE TORNA COMUM NA ÍNDIA
Três meses após o
estupro coletivo de uma jovem estudante em Nova Délhi, duas irmãs foram atacadas,
na noite do dia 02 de abril, no estado de Uttar Pradesh (norte), quando saíam
da escola para voltar para casa. Elas foram seguidas por dois homens de moto
que depois de fazer comentários obscenos jogaram ácido contra elas.
Não bastasse isso no
final de abril, morreu a menina que foi estuprada e torturada na Índia. Segundo
a polícia a menina, encontrada inconsciente pelos pais no estado de Madhya
Pradesh, não resistiu aos graves ferimentos oriundos das 40 horas de violência.
(G1, 2013)
Os incidentes colocaram
em destaque o problema da segurança na Índia, onde as agressões sexuais contra
as mulheres são frequentes. A população acusa as autoridades de negligência diante da violência exercida
contra as mulheres. Para coibir os crimes o governo indiano
apresentou um projeto de lei que castiga o estupro com 20 anos de prisão e pena
de morte, caso a vítima morra devido os ferimentos.
Mas a violência
sexual na Índia é um problema social cuja origem está na hierarquia de castas. A
vida de cada indiano é definida na hora do nascimento e é regida pela
combinação religião, sexo e castas. As castas são uma hierarquia social ditada
pelo hinduísmo que divide a população em: sacerdotes (Brâmanes), reis e
guerreiros (Xátrias), mercadores e produtores (Vaixás) e servos (Sudras).
(SANTANA,
2009) Os excluídos da hierarquia são os "intocáveis" (Dalits) cujo destino
é realizar as tarefas que ninguém mais faz. Cada casta possui subdivisões e uma
delas pertence as prostitutas, que são mulheres de classe pobre vendidas e aliciadas para o sexo desde a infância.
Além das castas ainda
existe o machismo. Na Índia o nascimento de um filho homem é um dos
acontecimentos mais importantes para uma família porque representa a
continuidade da linhagem do clã. Já o nascimento de uma filha significa um investimento caro para ser
atrelado ao novo clã depois do casamento. Ter uma filha na Índia é de certa
forma ter prejuízo.
A dificuldade de
garantir um dote para casar suas filhas levaram os indianos a cometerem
infanticídios. Crimes que se refletem no crescimento da população. Só para se ter uma ideia em 1991,
existiam 945 mulheres para cada 100 homens no país, em 2001, eram 927. Depois
da popularização do ultrasom o aborto tomou o lugar do assassinato. (SANATANA, 2009)
Fica claro que muita
coisa precisa mudar na Índia, mas só cabe aos indianos e as instituições internacionais
discutirem essas mudanças. O fato é que em qualquer parte do globo, seja por
violência sexual, moral ou social, a mulher ainda é o ser mais perseguido e
agredido do mundo. Protestemos contra isso.
Por: L. Gonçalo.
REFERÊNCIAS:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/morre-no-hospital-menina-estuprada-e-torturada-na-india.html.
Publicado em: 30/04/2013. Acesso em: 30/04/2013.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/quatro-irmas-sao-atacadas-com-acido-na-india.html.
Publicado em:
03/04/2013. Acesso em: 30/04/2013.
SANTANA, Larissa. Diferentes de todos. In:Super Interessante. Disponível em: http://super.abril.com.br/cultura/diferentes-todos-619444.shtml Publicado em: junho de 2009. Acesso em 30/04/2013.
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