sábado, 4 de maio de 2013

AUMENTA NÚMERO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA ÍNDIA


Foto: caixa-de-pandora.oba.blospot.com


VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER SE TORNA COMUM NA ÍNDIA



Três meses após o estupro coletivo de uma jovem estudante em Nova Délhi, duas irmãs foram atacadas, na noite do dia 02 de abril, no estado de Uttar Pradesh (norte), quando saíam da escola para voltar para casa. Elas foram seguidas por dois homens de moto que depois de fazer comentários obscenos jogaram ácido contra elas.

Não bastasse isso no final de abril, morreu a menina que foi estuprada e torturada na Índia. Segundo a polícia a menina,  encontrada inconsciente pelos pais no estado de Madhya Pradesh, não resistiu aos graves ferimentos oriundos das 40 horas de violência. (G1, 2013)

Os incidentes colocaram em destaque o problema da segurança na Índia, onde as agressões sexuais contra as mulheres são frequentes. A população acusa as autoridades de negligência diante da violência exercida contra as mulheres. Para coibir os crimes o governo indiano apresentou um projeto de lei que castiga o estupro com 20 anos de prisão e pena de morte, caso a vítima morra devido os ferimentos. 

Mas a violência sexual na Índia é um problema social cuja origem está na hierarquia de castas. A vida de cada indiano é definida na hora do nascimento e é regida pela combinação religião, sexo e castas. As castas são uma hierarquia social ditada pelo hinduísmo que divide a população em: sacerdotes (Brâmanes), reis e guerreiros (Xátrias), mercadores e produtores (Vaixás) e servos (Sudras). (SANTANA, 2009) Os excluídos da hierarquia são os "intocáveis" (Dalits) cujo destino é realizar as tarefas que ninguém mais faz. Cada casta possui subdivisões e uma delas pertence as prostitutas, que são mulheres de classe pobre vendidas e aliciadas para o sexo desde a infância.

Além das castas ainda existe o machismo. Na Índia o nascimento de um filho homem é um dos acontecimentos mais importantes para uma família porque representa a continuidade da linhagem do clã. Já o nascimento de uma filha significa um investimento caro para ser atrelado ao novo clã depois do casamento. Ter uma filha na Índia é de certa forma ter prejuízo.

A dificuldade de garantir um dote para casar suas filhas levaram os indianos a cometerem infanticídios. Crimes que se refletem no crescimento da população. Só para se ter uma ideia  em 1991, existiam 945 mulheres para cada 100 homens no país, em 2001, eram 927. Depois da popularização do ultrasom o aborto tomou o lugar do assassinato. (SANATANA, 2009)

Fica claro que muita coisa precisa mudar na Índia, mas só cabe aos indianos e as instituições internacionais discutirem essas mudanças. O fato é que em qualquer parte do globo, seja por violência sexual, moral ou social, a mulher ainda é o ser mais perseguido e agredido do mundo. Protestemos contra isso.


 Por: L. Gonçalo.


REFERÊNCIAS:



SANTANA, Larissa. Diferentes de todos. In:Super Interessante. Disponível em:  http://super.abril.com.br/cultura/diferentes-todos-619444.shtml  Publicado em: junho de 2009. Acesso em 30/04/2013.

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