VÍDEO
É INSTRUMENTO DE DISCUSSÃO NA PARAÍBA.
As desigualdades nas
relações de gênero são um problema de ordem mundial. Questões como a
invisibilidade do trabalho da mulher, a falta do poder de decisão sobre o uso
do dinheiro, as diferentes formas de discriminação e violência no seio da
família ainda fazem parte do cotidiano do meio rural.
A AS-PTA –
Agricultura Familiar e Agroecologia e o Polo da Borborema desenvolveram vários
processos de sensibilização e mobilização das famílias rurais para dar visibilidade
pública a essas questões. De todos os instrumentos pedagógicos utilizados a peça
de teatro “A vida de Margarida” foi a que causou maior impacto nas famílias e
possibilitou a reflexão de um grupo maior de homens e mulheres.
Por isso, a AS-PTA e o Polo da
Borborema decidiram adaptar o roteiro da peça e gravar um vídeo que retrata um
dia, do amanhecer ao anoitecer, na rotina de uma família agricultora. No
desenrolar da história as personagens mostram os papéis, construídos
socialmente, que geram desigualdades e injustiças. No vídeo a mulher é apenas uma
serviçal da família e tem o lazer e a capacidade de decisão cerceados por
homens autoritários e preconceituosos.
A ideia do filme é chamar a atenção para a desigualdade entre homens e mulheres e discutir, através de debates, estratégias de superação dessas diferenças. Para que este debate alcance mais gente a atriz principal do
filme, Roselita Vitor, agricultora e Secretária Municipal de Ação Social de Remígio-PB, já exibiu o material em 15 comunidades do Polo da
Borborema e vem chamando a atenção para o debate na região.
A história da "vida de margarida" é real para muitas mulheres que vivem no campo, que são educadas para constituir família, cuidar da casa, da lavoura, dos animais e da família. Essas mulheres não participam das decisões familiares porque a mulher deve obediência ao marido. Discutir a
desigualdade de gênero é o primeiro passo para a
definição de estratégias de superação das diferenças e de empoderamento das mulheres.
Por: L.Gonçalo.
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