CORRIDA
ELEITORAL: UMA BATALHA DE INTERESSES
Coluna do Mês
Coluna do Mês
As vésperas do término
legal para registros de partidos políticos foi dada a largada para as a famosa “dança das cadeiras”. Nesse vai e
vem de partidos estava a ex-ministra Marina Silva lutando pela criação do seu
partido, o Rede Sustentabilidade. Apesar
da fácil aprovação dos partidos: Partido Republicano da Ordem Social
(Pros) e Solidariedade (SDD), o partido da ex-ministra enfrentou dificuldades no
registros dos apoios e não foi aprovado.
A reprovação do Rede
Sustentabilidade pode parecer, a primeira vista, uma questão puramente legal, mas
avaliando o processo de registro de assinaturas e o posicionamento dos cartórios a história muda. A maior
resistência no registro de assinaturas em apoio a Rede Sustentabilidade aconteceu,
“por acaso”, na região do ABC Paulista. O Rede Sustentabilidade conseguiu mais
de 900 mil assinaturas e enviou quase 700 mil aos cartórios a fim de alcançar o número legal de 491 mil apoios. Só no estado de São
Paulo houve 54% de invalidações no ABC paulista e 73% de invalidações em São
Bernardo do Campo, um índice superior a média
nacional que é de 24% de assinaturas não reconhecidas.
Mas “por acaso”,
também no ABC Paulista, o partido de “Paulinho da Força Sindical” reuniu a
grande maioria das assinaturas de apoio entre os paulistas e revelou a
influência de alguns líderes sindicais aliados a grupos que não querem um novo projeto para o país que inclua uma
presidenciável. O mais interessante é que ninguém impugnou formalmente a rede,
ninguém quis posar oficialmente como antagonista, mas o posicionamento de
alguns cartórios eleitorais revelou uma verdadeira guerra cartorial. Um exemplo
claro foi exposto pelo portal Eco Debate que revelou que os cartórios
eleitorais dos estados do Rio Grande do Sul e Goiás tiveram conduta exemplar ao
responder as listas de apoios indicando quais assinaturas não confeririam com
os registros deles. Já em São Paulo e
nas regiões que coincidem com a maior concentração geográfica das forças sindicais
citadas, além de índices absurdos de rejeição de assinaturas, as respostas foram
enviadas “por amostragem”.
Para entender a questão é interessante observar o contexto político nacional e atentar para alguns detalhes: 1º) é a primeira vez na história do Brasil que todas as
pesquisas de opinião para a presidência trazem duas mulheres como preferência: Dilma e
Marina; 2º) depois de 11 anos o governo vive um momento de insatisfação
popular e retorno da inflação; 3º) Marina revolucionou a postura brasileira referente ao meio ambiente e
surpreendeu as correntes políticas ao alcançar uma votação expressiva surpreendendo o cenário político nacional.
Para mim é muito
nítido ver que na região onde o ex-presidente Lula é bastante influente e no
Estado onde a atual esquerda também é representativa houvesse maior rejeição ao partido de Marina, afinal a candidatura de Marina dependia do
registro do seu partido. Apesar da negativa de registro e dos falsos
boatos de que Marina queria privilégios para registrar seu partido. O
sonho de Marina não foi sufocado.
O único partido que
tinha torcida para nascer e que representava as causas ambientais e a busca
pela equidade social foi ardilosamente abortado. Esse fato revela que além dos
ruralistas que desejam crescer ilimitadamente através de práticas predatórias,
a concorrência também parece ter medo de Marina! Mas a batalha não terminou
porque resta a Marina optar ou não por um partido existente e seguir sua luta pelo nosso país.
Pra mim seria fantástico e para direita seria assustador ver nas próximas eleições a
candidatura de Marina junto com Heloísa Helena ou Cristovam Buarque!
Por: L.Gonçalo.
REFERÊNCIA:
MARTINS, Montserrat (Colunista).
Quem tem medo de Marina. Portal EcoDebate in Eco Ação. Disponível em: http://ecoeacao2012.blogspot.com.br/2013/10/quem-tem-medo-de-marina-artigo-de.html.
Postado em: 02/10/2013. Acesso em: 02/10/2013.
Foto: Nelson Jr. / ASICS/TSE
Vamos dar continuidade, recolher assinaturas e fazer o registro com calma.
ResponderExcluirApoio nova proposta, desde que essa apoie o conceito de modificar o ordenamento jurídico brasileiro.
Obrigada por ler e discutir nossa postagem. Esse espaço de discussão é muito importante para o amadurecimento político do país.
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